quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A Origem do Papado


O Sistema Católico Romano começou a tomar forma quando o Imperador Constantino, convertido ao Cristianismo presidiu o l.o Concílio das Igrejas no ano 313. No Século IV construíram a primeira basílica em Roma.

As Igrejas eram livres, mas começaram a perder autonomia com Inocéncio I, ano 402 que, dizendo-se “Governante das Igrejas de Deus exigia que todas as controvérsias fossem levadas a ele.”Leão I, ano 440, aumentou sua autoridade; alguns historiadores viram nele o primeiro papa. Naqueles tempos ninguém supunha que “S. Pedro foi papa”, fora casado e não teve ambições temporais.

O poder dos pretensos papas cresceu ainda mais quando o Imperador Romano Valentiniano III, ano 445, bajulado, reconheceu oficialmente a pretensão do papa de exercer autoridade sobre as Igrejas. O papado surgiu das rumas do Império Romano desintegrado no ano 476, herdando dele o autoritarismo e o latim como língua, embora o primeiro papa, oficialmente falando, foi Gregório no ano 600 d.C.

A palavra “papa” significa pae, até o ano 500 todos os bispos ocidentais foram chamados assim: aos poucos, restringiram esse tratamento aos bispos de Roma, que valorizados, entenderam que a Capital do império desfeito deveria ser Sede da Igreja.

Nicolau l, ano 858, foi o primeiro papa a usar Coroa. Usou um “Documento Conciliar falso (espúrio) dos Séculos 2.o e 3.o que exaltava o poder do papa e impôs autoridade plena r Assim, o “Papado que era recente, tomou-se coisa antiga.” Quando a farsa foi descoberta Nicolau já não existia!

O Vaticano projetou-se quando recebeu de Pepino, o Breve, ano 756, vastos territórios; essa doação foi confirmada pôr Carlos Magno, ano 774, quando ocupava o trono papal Adriano I. (Taglialatela, II pág. 44).
Carlos Magno elevou o papado a posição de poder mundial, surgindo o “Santo Império Romano” que durou 1.100 anos. Mais tarde, Carlos Magno arrependeu-se pôr doar terras aos papas. No seu leito de morte sofreu “horríveis pesadelos”. Agonizando, lastimava-se assim: “Como me justificarei diante de Deus pelas guerras que irão devastar a Itália, pois os papas serão ambiciosos, eis porque se me apresentam imagens horríveis e monstruosas que me apavoram devo merecer de Deus um severo castigo” (Piliati, Tomo I, ano 1776, Edson Thompson, Londres).

O Vaticano derramou muito sangue, até ser invadido pôr Napoleão Bonaparte, em 1806. O papa foi preso e perdeu suas terras; tentou reagir mais tarde, mas Vítor Emanuelli, ano 1870. derrotou novamente as “tropas do papa” tomando-se o primeiro Rei da Itália.

Assim caiu o “Santo Império Romano”! O Papa vencido advertia: “Não somos simples mortais” Ocupamos na terra o lugar de Deus, estamos acima dos anjos e somos superiores a Maria, mãe de Deus, porque ela deu a luz a um Cristo somente, mas nós, podemos fazer quantos Cristos Referia-se a transubstanciação. (Gazzeta da Alemanha n.o 21 ano 1870).

Até 1929, os papas ficaram confinados no Vaticano quando Mussoline e Pio XI legalizaram com o tratado de Latrão esse pequeno Estado religioso que atualmente é “controlado pela Cúria Romana, mas governado pôr 18 velhos Cordiais, que controlam a carreira dos bispos e monsenhores, o papa fica fora dessa pirâmide”. (Est. S. Paulo 28-3-82).

No Brasil a liderança Católica está nas mãos de 240 bispos mais conhecidos pelas suas posições políticas do que pela religiosidade. Estão divididos entre Conservadores, Progressistas e não Alinhados. (Dom Luciano Cabral. Rev. Veja 30-1-80).


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Perguntas aos Católicos sobre Sola Scriptura



1. Se a igreja Católica Romana deu a Bíblia ao mundo, sendo infalível em suas decisões, então por que muitos membros de seu clero rejeitaram os livros apócrifos?Roma rejeitou ou pôs em dúvida a canonicidade e autoria das epístolas de Tiago e Hebreus. Então porque mais tarde veio aceitá-los? E como ela pode aceitar livros como sagrados sendo que mais tarde estes vieram a ser rejeitados?

2. Se a igreja Católica realmente é dirigida pelo Espírito Santo de modo que os católicos podem confiar nela como sendo ” a única igreja verdadeira”, por que ela errou em coisas tão simples assim?

3. Se a igreja Católica Romana definiu o cânon em 397 d.C. então por que versões diferentes daquele mesmo cânon continuou a circular tempos depois?

4. Se a igreja Católica Romana definiu o cânon em 397, por que então a iniciativa foi de dois Sínodos africanos: Hipona (393 d.C) e Cartago, (397 d,C) e não de Roma?
Obs: mesmo que o concílio de Cartago em 393 tenha consultado Roma sobre o assunto do cânon não prova que Roma teve alguma participação direta ou iniciativa em determinar o cânon.
Ademais os dois concílios mencionados estavam sobre o controle das igrejas que mais tarde iriam tornar-se o que hoje conhecemos como ” igreja ortodoxa”. Como podem dizer que foi a igreja Católica Romana quem determinou o Cânon? Sendo assim, seria a Igreja Ortodoxa e não a católica romana que realmente deu a Bíblia.

5. Se a igreja Católica, deu a Bíblia ao mundo, por que ela não reclamou isto logo nos primeiros séculos? Por que teve de esperar até o século VXI no Concílio de Trento, para oficialmente juntar os livros apócrifos ao Cânon?

6. É interessante notar que ambos: Católicos Romanos e Ortodoxos reclamam ser os guardiões da Bíblia. Cada qual dizem que foi sua igreja quem deu a Bíblia ao mundo. Mas se ambos fazem a mesma reclamação por que então possuem livros diferentes em cada uma de suas Bíblias? Se ambas reclamam para si esta autoridade, então a autoridade de qual igreja nós deveríamos aceitar? E se ainda isto for caso de tradição, qual tradição nós deveríamos seguir neste caso?

7. Os católicos poderiam fornecer o exemplo de uma única doutrina que teve origem na tradição oral apostólica a qual a Bíblia se silencia?

8. Os católicos podem fornecer provas de que sua tradição doutrinaria é apostólica em sua origem?

9. Os católicos poderiam fornecer um único exemplo de uma inspirada ” revelação oral” apostólica (tradição inspirada) que difere da escrita (sagradas escrituras) ?

10. Se [os católicos afirmam que] não é permitido fazer interpretações particular da Bíblia, como saberemos então quem está dizendo a verdade quando as duas igrejas afirmam ao mesmo tempo que a ” tradição apostólica” apóia suas doutrinas, quando na verdade nós sabemos que elas são opostas entre si?

11. Se porventura o cânon hebraico foi definido somente no concílio de Jâmnia [como afirmam oscatólicos]. Então isto levanta a seguinte indagação: será que Deus deixaria de dar uma lista dos livros inspirados a Israel quando ainda estava em sua terra, para repentinamente fornecer esta lista em 70 d.C depois que Israel havia sido destruído?

12. Se a Igreja Católica Romana e a Ortodoxa se consideram cada qual o “pilar e o fundamento da verdade” e por isso protegida de erros, então por que elas mesmas ensinam doutrinas tão diferentes umas das outras? E como explicar os muitos erros e heresias feitos durante todos estes tempos por tantos papas e a igreja católica em geral?

13. Se as ambas as igrejas Católicas e Ortodoxas seguem exatamente a verdadeira tradição oral apostólica , como podem ensinar doutrinas tão diferentes aponto de uma não se comunicar com a outra se excomungando mutuamente?

14. Ambos Tertuliano e Jerônimo deu uma lista de tradições orais que não foram encontradas na Bíblia. (Tertuliano em De Corona, ch 3-4) e (Jerônimo, Diálogo Contra os Luciferianos, 8)
Tertuliano chegou a afirmar que muitas práticas ensinadas por ele não tinham base bíblica sendo sustentadas apenas pela tradição oral, por exemplo: batizar por imersão três vezes, dando ao batizando um pouco de “leite e mel” então proibindo a pessoa de tomar banho por uma semana; até mesmo o trabalho aos domingos foi proibido, e o sinal da cruz era para ser feito na testa. Jerônimo, seguindo Tertuliano, disse que essas “observâncias são derivadas da tradição, e tem adquirido até mesmo autoridade de lei escrita”. Nossa pergunta é:

a) porque a igreja católica não segue estas tradições ?

b) Por que a igreja Católica não pratica o batismo por imersão ?

c) Por que ela não imerge três vezes seus membros durante o ato batismal?

d) Por que o católico Romano e as igrejas Ortodoxas não guardam quaisquer destas tradições, com a exceção de imersão três vezes feito pela igreja Ortodoxa?

e) Se a ” tradição apostólica” ensina fazer o sinal da cruz na testa, por que ambas fazem-no no abdômen, tórax e cabeça, mudando assim esta prática?

f) Se devemos seguir as tradições orais da igreja , então por que ambas as igrejas que defendem esta mesma tradição não mais praticam estas coisas?

Veja algumas práticas consideradas “tradição oral” que nenhum católico pratica hoje em dia:

*Negar o diabo antes do batismo

*Batizar imergindo o fiel três vezes na água.

*Beber leite e mel depois do batismo

*Não tomar banho por uma semana depois do batismo

*Não trabalhar aos domingos

*Fazer o sinal da cruz na testa

15. Por que os católicos romanos sempre usam 2 Timóteo 2:2; 3:14 como prova bíblica de uma extra-bíblica tradição oral dada através de sucessão apostólica, quando esta mesma tradição diz que Timóteo foi bispo de Éfeso, que pela sucessão, faz parte da igreja Ortodoxa Grega e não da romana?

16. Se 2 Timóteo 2:2 prova uma suposta linha de sucessão, [pelo argumento acima] isto então prova também que a igreja Católica Romana está separada daquela sucessão, já que ambas não têm comunhão uma com a outra?

17. Por que quando o católico encontra a palavra tradição na Bíblia ele sempre interpreta como sendo a chamada “tradição oral” em vez de ser corretamente entendido como se referindo as palavras escritas dos apóstolos, sendo que a Bíblia chama as Escrituras de tradicao em 2 Tess. 2:15, e Atanasio chama de tradição as Escrituras?
Obs: Atanásio falava sobre “a tradição Apostólica ensinada nas abençoadas palavras de Pedro”, que dizia “Assim como Cristo sofreu por nós na carne” então cita: 1 Pedro 4:1; Tito 2:13; Heb 2:1 (Atanásio, Aos Adelphius, 60, 6).

18. Os Pais da Igreja acreditavam que Paulo havia dito em Ef. 3:3-5, que a Escritura podia ser compreendida através de uma mera leitura. Eles falavam que até mesmo os heréticos poderiam entender as Escrituras por apenas lê-la. Se até mesmo aqueles heréticos eram capazes de compreender a Bíblia, como então os católicos romanos ensinam que nós precisamos de um magistério eclesiástico para tal? (Tertullian, A Carne de Cristo, c. 20), (Atanásio, A Encarnação do Verbo, 56), (Hilario de Poitiers, A Trindade, Livro 1, 35 e 7,16)

19. Os católicos alegam que para a doutrina da Sola Scriptura ser verdadeira seria necessário que todos os protestantes fossem alfabetizados. Se possuir uma cópia das Escrituras é uma pré condição essencial ao Sola Scriptura, então o que dizer dos católicos analfabetos? Como eles irão saber que os ensinamentos de seus catecismos é verdadeiro? Se os católicos [analfabetos] podem entender o Catecismo por ter alguém que leia para eles, então por que não pode acontecer o mesmo com a Bíblia?

20. Os católicos alegam que para a doutrina da Sola Scriptura ser verdadeira seria necessário a distribuição universal da Bíblia em toda a terra. Ora, se isto é uma pré condição essencial de Sola Scriptura, então como os católicos sabiam que era verdade os ensinamentos do papa antes da época moderna da imprensa?

21. Se a capacidade para ler é uma pré-condição essencial ao Sola Scriptura, então como fazem os católicos analfabetos para saber seu catecismo? A mesma lógica não poderia se aplicar äs analfabetos católicos de ambas as igrejas? Se o católico pode “saber a verdade católica” por escutar leitura do catecismo por terceiro, então por que não podemos aplicar a mesma lógica quanto aos evangélicos em relação à Bíblia?

22. Se a capacidade para ler é uma pré-condição essencial ao Sola Scriptura, então como faz o católico analfabeto para saber o que o padre está ensinando é certo e está realmente de acordo com os dogmas católicos e decretos dos Concílios e dos papas se eles não podem ler os documentos?

23. Os católicos alegam que o método protestante de poder interpretar as Sagradas Escrituras pessoalmente com a ajuda do Espírito Santo não é um método válido de determinar a verdade por causa das inúmeras denominações que se dividiram usando este método. Mas se isto é verdade, então também é verdade que a sucessão apostólica e as tradições orais da igreja são igualmente inválidas como método correto de saber a verdade, porque a igreja Romana e a Ortodoxa são duas denominações que usam este método e ainda assim são divididas doutrinariamente. Ora, se a diversidade de doutrina e a diversidade de igrejas protestantes provam que a interpretação pessoal das Escrituras é um método falho não se dá o mesmo com os católicos e ortodoxos que usam o método baseado nas tradições da igreja, mas que mesmo assim permanecem divididos?

24. Os católicos podem provar que além das Escrituras outra fonte de autoridade doutrinária seja theopneustos (inspirada)?

25. Onde está escrito nas Escrituras que a tradição é igulamente theopneustos ?

26. Porque nem Jesus e nenhum dos apóstolos nunca incentivaram ou usaram a tradição oral para definir doutrinas?

27. Pode algum católico provar que as doutrinas do papado, indulgência, imaculada conceição, assunção do corpo e alma de Maria ao céu, virgindade perpétua, batismo infantil, os sete sacramentos, purgatório, e as demais doutrinas extra-bíblicas catóicas foram ensinadas pelos apóstolos?

28. Pode algum católico provar que em todas as tradições alegadas acima os pais da igreja [todos eles] estavam de pleno acordo?

29. Porque havia divergências sérias entre os pais da Igreja em torno de pontos doutrinários católicos que hoje se tornaram dogmas?

30. Porque a tradição oral católica precisou ser posta em forma escrita? Porque ela não permaneceu na forma oral? Isso não é prova de que a forma escrita é mais confiável que a oral?

Perguntas que merecem respostas.


Muitas perguntas tem sido levantadas a respeito da questão Bíblia X Tradição. Não pretendemos ser prolixo, no entanto procuraremos dar respostas adequadas a estas questões. São elas:

1. Deveríamos obedecer à igreja católica pois foi ela quem decidiu sobre quais livros deveriam constar no cânon bíblico.

Resposta: Essa pergunta é baseada em duas falsas premissas: a) A primeira é a que afirma que a Bíblia é apenas produto da Igreja. b) E conseqüentemente, a Igreja tem autoridade sobre ela. Perguntaríamos quem nasceu primeiro, a Bíblia ou a Igreja? A Bíblia é claro! A igreja é a coluna da verdade ou seja, sustenta a verdade desde que prega as escrituras que é a própria verdade. No tocante a questão da canonicidade, não devemos imaginar um grupo de homens com um punhado de livros sobre a mesa separando-os uns dos outros arbitrariamente. É verdade que muitos livros ficaram pendentes quanto ao serem aceitos por alguns cristãos. Todavia, isto se deveu mais a questões de comunicação entre o Ocidente e Oriente. Uma coisa é certa: os livros Bíblicos não se tornaram canônicos porque a igreja os incluiu em uma lista, mas porque ela já os reconhecia como divinamente inspirados. Tudo foi dirigido pelo Espírito Santo! Os primeiros concílios a classificar os livros canônicos foram os de Hipona (393) e os de Cartago (397), mas antes disso Atanásio (367) já os havia reconhecido como canônicos. A igreja apenas catalogou aquilo que era prática geral dos cristãos, e isto em parte para corrigir a lista formada pelo herético Marcião.

2. A doutrina da Sola Scriptura causou muitas interpretações e divisões no meio protestante por isto a livre interpretação da Bíblia não é correta.

Resposta: Os católicos se subordinam ao Magistério Eclesiástico, que segundo dizem é o único interprete infalível das escrituras. Todavia, o episódio de Beréia acaba por confirmar bem lá nos primórdios do cristianismo que os cristãos já usavam o princípio da Sola Scriptura. Eles foram chamados de mais nobres que os outros pois confrontaram a pregação oral do apostolo Paulo com o livre exame das escrituras, isto estava realmente de acordo com os princípios divinos de examinar as escrituras Isaías 34:16, João 5:39 e não ir além do que está escrito I Coríntios 4:6. Paulo exorta a timóteo a permanecer naquilo que ele conhece desde a infância pelo livre exame , ou seja, as escrituras: “e que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação”. Quanto às divisões, posso afirmar que é irrelevante para o caso em questão, pois o problema não está com “Sola Scriptura”, mas com o coração do homem. Mesmo assim, não vejo aonde um punhado de tradição oral venha solucionar este problema, sendo que até mesmo na Igreja Católica existe divergências de opiniões e divisões, mas todos eles se centralizam na autoridade do papa. Nas denominações evangélicas tal não sucede pois descansamos nossa unidade doutrinária nas escrituras, é só comparar os credos de fé para constatar isto. Seguimos o exemplo das igrejas neotestamentaria que apesar de serem unidas na fé, todavia eram separadas entre si.

3. Porque só a Bíblia deve ser nossa regra de fé? 

Resposta: Diz o adágio popular: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”. A palavra escrita é a maneira mais segura que Deus usou para preservar sua vontade dentro do espaço-tempo humano. A Bíblia é a única palavra inspirada de Deus na forma escrita, o mesmo não se dá com as tradições orais. A palavra inspirada, no grego theopneustos usada em 2 Timóteo 3.16 significa Deus soprou. Assim sendo, as Escrituras é soprada por Deus. Pedro falou que a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21). Isto confirma que os escritores foram movidos por Deus para escrever aquilo que ele queria. Se Deus inspirou os escritos, concluímos certamente que são perfeitos e infalíveis. Nunca encontramos que a palavra de boca-a-boca (tradição oral) é theopneustos [inspirada]. Jesus quando debateu com o Diabo não usou nenhuma tradição oral, mas usou a frase “está escrito” todas as vezes, uma referência clara as escrituras sagradas. Ele reprovou o método dos fariseus de tentar colocar no mesmo pé de igualdade tradição e escrituras. Os apóstolos na posição de apologistas sempre usaram as escrituras como meio de provar a fé cristã. Na idade pós-apostólica também. É interessante notar que nunca sequer a Bíblia afirma que um dos apóstolos lançou mãos de tradições recebidas de terceiras como meio de provar ou consubstanciar a fé cristã. Judas nos diz que a doutrina cristã chamada de fé (3) foi entregue uma “vez por todas”, para sempre, aos santos, não precisamos de novas revelações ou doutrinas fora da Bíblia, tudo já está completo. Sempre foi sola scriptura! 4. Mas em II Pedro 1:20 a própria Bíblia diz que as escrituras não são de particular interpretação?

Resposta: Antes de analisarmos II Pedro eu gostaria de fazer algumas observações importantes para demonstrar a inconsistência deste argumento. Na realidade o que isto quer dizer é que você pode ler a Bíblia contanto que você não questione qualquer doutrina ensinada pelo Magistério Eclesiástico da Igreja. e se porventura achar alguma contradição entre eles você julgara estar interpretando mal a Bíblia. O Magistério “infalível” recusa a ser julgado à luz da palavra de Deus.

Ao longo dos séculos a Igreja Católica tem sempre trabalhado para retirar a Bíblia das pessoas comuns. A primeira tática foi dar a Bíblia em latim, uma língua desconhecida para a maioria dos fiéis . Durante séculos foi um pecado mortal possuir e ler a Bíblia no próprio idioma nativo da pessoa, em Tolosa na França (1229), havia até punição inquisitorial para isto. O conselho de Valencia (1229), o Conselho de Trento (1545) e o Papa Clemente XI (1713) e muitos outros, tudo fizeram para impedir as pessoas de possuir a Bíblia no próprio idioma, enquanto homens como Wycliff, Tyndale e Lutero lutaram para dar a Bíblia no idioma comum das pessoas. O papa Pio IX (1866) em sua encíclica Quanta Cura, afirmou que as “Sociedades Bíblicas” era “uma peste” e deveria ser exterminada. Mas o tempo forçou a Igreja romana a mudar sua estratégia devido a Reforma Protestante e hoje muitos católicos têm livre acesso às escrituras graças ao esforço destes homens de Deus. Contudo, esta liberdade vem mascarada pela interpretação do tal Magistério da Igreja. Os católicos continuam sendo manipulados pela cúpula romana!

Agora Vamos analisar o texto de II Pedro 1:20 dentro de seu respectivo contexto empregando as ferramentas da exegese bíblica de acordo com as regras da hermenêutica sagrada. Assim reza o texto:

“E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações; sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo.” (1:19-21)

Uma olhada rápida no texto já deixa clara que não se fala de interpretar versículos Bíblicos, mas de profecias. Pedro diz que nenhuma profecia das escrituras é de particular interpretação. Pedro aqui não está falando sobre o livre exame das escrituras, mas sobre o processo pelo qual a Bíblia chegou até nós ou seja sua origem. Quem ele tem em mente ? O leitor ou os homens que escreveram a Bíblia? É lógico que ele estava falando sobre os profetas. O que ele diz é que nenhuma profecia da Bíblia foi produzida pela vontade do profeta, mas sem nenhuma exceção, todos eles foram guiados pelo Espírito Santo. Embora escrita por homens às profecias não tiveram origem neles, mas em Deus! Assim, em lugar de nos desencorajar de ler e entender a Bíblia para nós mesmos, este verso nos dá confiança para confiarmos na Bíblia completamente pois no verso 19 ele diz: “E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações” Apesar de existir pontos difíceis na palavra de Deus (3:16) isto não nos deve desencorajar de estudarmos particularmente a Bíblia, sempre dependendo do Espírito Santo que nos guia a toda a verdade (João 16:13 – I João 2:27) e lançando mão das ciências teológicas disponíveis.

4. Na Bíblia há muitos pontos difíceis de entender II Pedro 3:15, por isso ao colegiado dos bispos em união com o papa foi confiada unicamente esta tarefa. 

Resposta: Este é um dos argumentos católicos para desestimular os fiéis de lerem a Bíblia. Contudo vamos analisar este trecho com mais perspicácia. Vejamos:

“e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada como faz também em todas as suas epístolas, nelas falando acerca destas coisas, nas quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição.Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que pelo engano dos homens perversos sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza;”

Perguntamos: onde Pedro ao menos de longe desestimula a leitura da Bíblia por parte dos crentes ? Novamente o contexto deixa clara a questão. Pedro estava falando de eventos escatológicos (v. 1-14). Então passa a relatar que nos escritos de Paulo “acerca destas coisas”. Que coisas ? Obviamente sobre o final dos tempos (escatologia), é este o assunto do contexto! Continuando, ele afirma apenas que há pontos difíceis, e isto não é novidade, pois trata de assuntos futuros, mas em nenhum momento afirma que a Bíblia inteira é difícil e nem desestimula sua leitura, muito pelo contrário, no verso 18 ele insta seus leitores a crescer “na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. Ora, Deus diz que o povo perece por que lhes falta exatamente o conhecimento das escrituras: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento…. visto que te esqueceste da lei do teu Deus…”(Oséias 4:6). Este é exatamente o conhecimento que precisamos “Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” Mateus 22:29. Pois, tudo que foi escrito para nosso ensino foi escrito, diz Paulo em Romanos 15:4 e I Coríntios 10: 1. Por isso precisamos estudar a Bíblia!