Alto oficial da Igreja Católica nos Estados Unidos é condenado por crime
relacionado à pedofilia.
Nessa terça-feira (24) o monsenhor
William Lynn foi condenado a uma pena de três a seis anos de prisão por
encobrir casos envolvendo o abuso sexual de crianças por padres católicos, na
Filadélfia (EUA). Lynn é clérigo de mais alto cargo a ser condenado no
escândalo que envolve a Igreja Católica no país.
Lynn, de 61 anos, foi secretário para o
clero na Arquidiocese da Filadélfia entre os anos de 1992 e 2004. O religioso
foi condenado porque durante o período, quando era responsável por 800 padres,
encobriu denúncias de pedofilia, transferindo sacerdotes suspeitos para outras
paróquias.
De acordo com o veredito, anunciado pela
juíza M. Teresa Sarmina, Lynn estava sendo punido por proteger “monstros com
roupas de clérigos que molestaram crianças”.
O padre Edward Avery, um dos sacerdotes
católicos envolvidos no caso, deveria ter ido a julgamento junto com Lynn, mas
antes mesmo do julgamento se declarou culpado por ter abusado sexualmente de um coroinha de 10
anos de idade. Avery já está detido, e espera uma sentença de
dois anos e meio a cinco anos de reclusão.
- Eu não tinha a intenção de causar
qualquer dano para ela (vítima de Avery). O fato é que o meu melhor não foi bom
o suficiente para impedir que o dano – disse Lynn.
De acordo com a revista veja, em 1992,
um médico relatou ao monsenhor que o padre Avery tinha abusado dele anos antes.
Lynn enviou Avery para se tratar, mas a instituição
da Igreja responsável pelo tratamento o diagnosticou com problemas com álcool e
não distúrbio sexual. Avery voltou ao ministério e foi enviado a
paróquia no nordeste Filadélfia, onde abusou do coroinha em 1999.
De acordo com o presidente dos jurados,
a chave para a condenação de Lynn, foi seu próprio
testemunho de que havia seguido ordens do cardeal Anthony Bevilacqua para
justificar as ações por motivos de saúde.
O testemunho apontou também que o
cardeal ordenou que uma lista de padres acusados fosse destruída, mas uma cópia
foi encontrada em um cofre da arquidiocese. Essa lista foi usada pelos
promotores para mostrar que a Igreja estava ciente do abuso sexual de vários
sacerdotes e encobriu sua existência.
Os advogados agora tentam conseguir a
liberdade condicional no religioso, argumentando que seu cliente não deve
cumprir mais tempo do que os responsáveis pelos abusos, como Avery.
Glória a Deus
que as podridões da igreja Católica estão aparecendo e sendo punidos os responsáveis.
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