INTRODUÇÃO
1. Segundo os historiadores católicos já tivemos 266 papas. A morte de João
Paulo II, o terceiro mais longo pontificado da história, reacendeu na mente do
povo o dogma da legitimidade e infalibilidade do papa. 200 chefes de Estado
estiveram no funeral, que foi acompanhado por mais 2 milhões de pessoas. A
imprensa deu larga cobertura à questão do pontificado romano.
2. Em virtude desse momento de transição, urge-se esclarecer essa momentosa
questão à luz das Escrituras e da História.
3. A Igreja Católica Apostólica Romana não é um seguimento legítimo do
Cristianismo Bíblico – Precisamos iniciar com uma questão de definição. O nome
Igreja Católica Apostólica Romana é uma impropriedade gritante: Ela não é
igreja, nem católica, nem apostólica. É apenas Romana. Calvino diz: “Roma não é
uma igreja e o papa não é um bispo. Não pode ser mãe das igrejas, aquela que
não é igreja, e nem pode ser príncipe dos bispos, aquele que não é bispo.”
(Institutas p. 903).
4. O catolicismo romano não é a primeira igreja cristã – A igreja cristã, de
onde procedem todas as outras. Até o quarto século não havia denominações. O
catolicismo romano é um desvio da religião cristã e a Reforma uma volta ao
cristianismo bíblico.
5. O papado é a espinha dorsal do catolicismo romano – Todo o edifício está
construído sobre um falso fundamento de que Pedro é a pedra sobre a qual a
igreja de Cristo está fundada e que Pedro foi o primeiro papa e que os papas
são sucessores legítimos de Pedro.
6. Neste estudo vamos examinar esse importante assunto à luz da Bíblia, da
teologia e da história.
I. PEDRO NUNCA FOI PAPA
1. O texto básico usado para provar o primado de Pedro está mal interpretado
pelo catolicismo romano
Para os romanistas, Mateus 16:18 é a carta magna do papado. Três são
interpretações sobre quem é a pedra: 1) Pedro; 2) A declaração de Pedro; 3)
Cristo.
Vamos examinar este texto dedicadamente para tirarmos nossas conclusões:
1) Pedro Pétros é fragmento de pedra, enquanto Pétra é rocha.
2) Pétros é um substantivo masculino, enquanto Pétra é um substantivo feminino.
3) O demonstrativo te toute (essa) encontra-se no feminino, ligando-se,
portanto, gramatical e logicamente à palavra feminina Pétra, à qual
imediatamente procede. O demonstrativo feminino não pode concordar em número e
gênero com um substantivo masculino.
4) Se Cristo tencionasse estabelecer Pedro como fundamento da igreja teria
dito: “Tu és Pedro e sobre ti (epi soi) edificarei a minha igreja”.
5) Todo o contexto próximo está focado na Pessoa de Cristo: 1) A opinião do
povo a seu respeito como Filho do Homem (termo messiânico); 2) a opinião dos
discípulos a seu respeito; 3) a correta declaração de Pedro de sua messianidade
e divindade; 4) A declaração de Jesus de que ele é o fundamento, o dono, o
edificador e protetor da igreja; 5) A declaração de que ele veio para morrer;
6) A demonstração da sua glória na transfiguração. Não se tratava de uma
conversa particular de Pedro com Cristo, mas numa dinâmica de grupo onde Jesus
discutia o propósito da sua vinda ao mundo (Mt 16:13-23).
6) O contexto mostra que Jesus está se referindo a si na terceira pessoa desde
o começo e isso concorda com o uso que faz de Pétra na terceira pessoa. Veja
outros exemplos quando Cristo usou a terceira pessoa (Jo 2:19,21; Mt 21:42-44)
7) Jesus elogiou a Pedro pela inspirada declaração de que Cristo é o Filho do
Deus vivo, e é sobre essa Pétra, Cristo, que a igreja é fundada.
Os teólogos romanos dizem
que no aramaico, Cephas sifnica pedra. Mas, no aramaico, Cephas não é traduzido
por Pétra, pedra, mas por Pétros, fragmento de pedra (Jo 1:42).
9) Pedra Pétra é radical, e Pedro Pétros, deriva-se de Pétra, e não Pétra de
Pétros; assim como Cristo não vem de cristão, mas cristão de Cristo.
10) O catolicismo romano diz que se Cristo é o fundamento não pode ser o
edificador. Mas aqui há uma superposição de imagens como em João 10 Jesus diz
que ele é o pastor e também a porta.
11) No Antigo Testamento Pétra nunca é usado para qualquer homem, mas só para
Deus (Is 28:16; Sl 118:22).
12) Pedro mesmo declara que Cristo e não ele é a Pedra (At 4:11-12; 1 Pe 2:4-9)
13) Paulo claramente define que Cristo é a Pedra (1 Co 3:11; 10:4; Ef 2:20).
2. A afirmação de que Cristo entregou as chaves do Reino apenas para Pedro
está equivocada
1) As chaves não foram dadas só a Pedro (Mt 18:18; 28:18-20);
2) As chaves representam a pregação do evangelho. A chave é o evangelho (At
2:14-41; 15:7-11);
3) Pedro usou essas chaves para abrir a porta do reino para os judeus (At 2)
para os samaritanos (At e para os gentios (At 10);
4) Cristo é a porta do céu (Jo 10:9).
5) Só Cristo tem o poder de abrir e fechar a porta (Ap 3:7);
3. A vulnerabilidade de Pedro para ser a pedra fundamental da igreja
1) Pedro, o contraditório – Imediatamente depois de afirmar a messianidade e
a divindade de Cristo, tenta impedi-lo de ir a cruz, pelo que é chamado de
Satanás (Mt 16:22-23).
2) Pedro, o desprovido de entendimento – Logo em seguida, na transfiguração sem
saber o que falava, tentou colocar Jesus no mesmo nível de Moisés e Elias (Mc
9:5-6).
3) Pedro, o autoconfiante – Disse para Jesus que ainda que todos o
abandonassem, ele jamais o faria e que estaria pronto a ir com Cristo tanto
para a prisão como para a morte (Lc 22:33-34; Mt 26:33-35), mas Jesus o alertou
que ele o negaria naquela mesma noite, três vezes, antes do galo cantar.
4) Pedro, o dorminhoco – No Getsêmani, o auge da grande batalha travada por
Cristo, Pedro não vigia com Cristo, mas dorme (Mt 26:40).
5) Pedro, o violento – Pedro sacou a espada no Getsêmani e cortou a orelha de
Malco (Jo 18:10-11), no que foi repreendido por Cristo.
6) Pedro, o medroso – Quando Cristo foi preso, Pedro passou a segui-lo de longe
e não foi ao monte do Calvário (Lc 22:54).
7) Pedro, o discípulo que nega a Jesus – Pedro negou, jurou e praguejou,
dizendo que não conhecia Jesus (Mt 26:70,72,74). A Igreja de Cristo não pode
estar edificada sobre nenhum homem.
4. O primado de Pedro não é reconhecido pelos demais apóstolos
1) Pedro não nomeia apóstolo para o lugar de Judas – O único caso de
substituição de apóstolo, Matias no lugar de Judas, não foi uma escolha de
Pedro (At 1:15-26).
2) Pedro obedece ordens dos apóstolos – Pedro é enviado juntamente com João
pelos apóstolos a Samaria em vez de Pedro enviar alguém. Ele obedece ordens, em
vez de dar ordens (At 8:14-15).
3) Pedro não dirige o primeiro concílio da igreja – As decisões doutrinárias da
igreja não decidas por Pedro. Ainda, o primeiro concílio da igreja cristã em
Jerusalém foi dirigido por Tiago e não por Pedro (At 15:13-21).
4) Todas as vezes que os discípulos discutiram quem era o mais importante entre
eles, recebeu de Cristo severa exortação – Em três circunstâncias os discípulos
discutiram a questão da primazia entre eles, e Cristo os repreendeu (Mc 9:35;
Mt 20:25-28; Lc 22:24).
5) O ministério de Pedro foi designado por Deus como dirigido principalmente
aos judeus e não aos gentios – O apóstolo dos gentios foi Paulo enquanto Pedro
foi o apóstolo dos judeus (Gl 2:7-8).
6) Pedro não é primaz de Jerusalém – Paulo o chama de coluna da igreja,
juntamente com outros apóstolos, mas não o menciona em primeiro lugar (Gl 2:9).
7) O pastor das igrejas gentílicas não é Pedro e sim Paulo – Paulo não se
considera inferior a nenhum apóstolo (2 Co 12:11) e diz que sobre ele pesa a
preocupação com todas as igrejas (2 Co 11:28).
Pedro é repreendido pelo
apóstolo Paulo – Pedro tornou-se repreensível em Antioquia, no que é duramente
exortado por Paulo (Gl 2:11-14).
9) No Novo Testamento os apóstolos se associam como iguais em autoridade –
Nenhuma distinção foi feita em favor de Pedro (1 Co 12:28; Ef 2:20). Paulo não
deu prioridade a Pedro quando combateu a primazia dada por um grupo a Pedro,
equiparando-o a si e a Apolo, dando suprema importância apenas a Cristo (1 Co
1:12).
5. Pedro não reivindicou autoridade papal
1) Pedro não aceitou veneração de homens – Quando Cornélio ajoelhou diante
de Pedro, e o adorou, ele imediatamente Pedro o levantou e disse: “Ergue-te,
que eu também sou homem” (At 10:26). Nem mesmo Pedro tentou perdoar pecados (At
8:22).
2) Pedro autodenominou-se apenas servo e apóstolo de Cristo – Quando Pedro
escreveu suas cartas, se fosse papa, teria que defender seu primado, mas não o
fez (1 Pe 1:1; 2 Pe 1:1).
3) Pedro considerou-se presbítero entre e não acima dos demais – Pedro reprovou
a atitude de dominar sobre o rebanho e chamou a si mesmo de presbítero entre e
não acima dos demais (1 Pe 5:1-4).
6. Pedro não foi bispo da Igreja de Roma e possivelmente nem tenha estado em
Roma
· De acordo com a tradição do catolicismo romano, Pedro foi bispo da igreja
de Roma, 25 anos, de 42 a 67, quando foi crucificado de cabeça para baixo por
ordem de Nero.
1) A Bíblia não tem nenhuma palavra sobre o bispado de Pedro em Roma – A
palavra Roma aparece apenas 9 vezes na Bíblia e Pedro nunca foi mencionado em
conexão com ela. Não há nenhuma alusão a Roma em nenhuma de suas epístolas. O
livro de Atos nada mais fala de Pedro depois de Atos 15, senão que ele fez
muitas viagens com sua mulher (1 Co 9:5). A versão católica Confraternity
Version traduz esposa por irmã, mas a palavra grega é gune e não adelphe.
2) Não há nenhuma menção de que Pedro tenha sido o fundador da igreja de Roma –
Possivelmente os romanos presentes no Pentecoste (At 2:10-11) foram os
fundadores da igreja.
3) No ano 60 d.C., quando Pedro escreveu sua primeira Carta, não estava em Roma
– Pedro escreveu essa carta do Oriente e não do ocidente – Ele estava na
Babilônia, Assíria e não em Roma (1 Pe 5:13). Flávio Josefo diz que na
província da Babilônia havia muitos judeus.
4) Paulo escreve sua carta à igreja de Roma em 58 d.C. e não menciona Pedro
· Nesse período, Pedro estaria no auge no seu pontificado em Roma, mas Paulo
não dirige sua carta a Pedro e dirige a carta à igreja como seu instrutor
espiritual (Rm 1:13).
· No capítulo 16, Paulo faz 26 saudações aos mais destacados membros da igreja
de Roma e não menciona Pedro.
· Se Pedro já era bispo da igreja de Roma há 16 anos (42-58), porque Paulo diz:
“Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual,
para que sejais confirmados” (Rm 1:11)? Não seria um insulto gratuito a Pedro?
Não seria presunção de Paulo com o papa da igreja?
· Se Pedro fosse Papa da igreja de Roma por que Paulo diz que não costumava
edificar sobre o fundamento de outrem: “esforçando-me deste modo por pregar o
evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre
fundamento alheio” (Rm 15:20)? Paulo diz isso que Pedro não estivera nem estava
em Roma.
5) Paulo escreve cartas de Roma e não menciona Pedro
· Enquanto Paulo esteve preso em Roma, (61 a 63 d.C.) os judeus crentes de Roma
foram visitá-lo e nada se fala de Pedro, visto que os judeus nada sabem acerca
dessa “seita” que estava sendo impugnada. Se Pedro estava lá, como esses
líderes judeus nada sabiam sobre o cristianismo? (At 28:16-30)
· Paulo escreve várias cartas da prisão (Efésios, Filipenses, Colossenses,
Filemon) em Roma e envia saudações dos crentes de Roma às igrejas e não
menciona Pedro.
· Durante sua segunda prisão, Paulo escreveu sua última carta (2 Tm), em 67
d.C. Paulo diz que todos os seus amigos o abandonaram e que apenas Lucas estava
com ele (2 Tm 4:10-11). Pedro estava lá? Se Pedro estava, faltou-lhe cortesia
por nunca ter visitado e assistido Paulo na prisão.
6) Não há nenhum fato bíblico ou histórico em que Pedro transfira seu
suposto posto de papa a um outro sucessor
· Não apenas está claro à luz da Bíblia e da história que Pedro não foi papa,
como também não há nenhuma evidência bíblica ou histórica de que os papas são
sucessores de Pedro.
7) Os pais da igreja e os reformadores não acreditaram no bispado de Pedro
em Roma
· Nenhum dos pais da igreja primitiva dá um apoio à crença de Pedro fosse bispo
em Roma, até Jerônimo no século quinto. Assim, o catolicismo romano edifica o
seu sistema papal, não sobre a doutrina do NT, nem sobre fatos da história, mas
apenas sobre tradições sem fundamento.
· Calvino diz: “Posto que os escritores estão de acordo em que Pedro morreu em
Roma, não o contraditarei. Mas que haja sido bispo de Roma, sobretudo, por
muito tempo, não há quem me possa fazer crer” (Instituta Vol. 2, p. 884).
II. O PAPA USURPA DE FORMA BLASFEMA O LUGAR DA TRINDADE
1. O papa usurpa o lugar de Deus Pai
1) O papa usurpa o lugar de Deus Pai, quando se chama Papa, pai da igreja –
A palavra papa, significa pai e nesse sentido Jesus disse que não podemos
chamar a ninguém de pai (Mt 23:9).
2) O papa usurpa o lugar de Deus Pai, quando se diz infalível – o dogma romano
diz que o papa, ao falar ex cathedra é infalível. Como pode ser infalível
aquele que criou tantos dogmas contrários às Escrituras: veneração de imagens,
intercessão pelos mortos, canonização de santos, confessionário,
transubstanciação, purgatório, confessionário, culto a Maria, etc. Em 1870, no
concílio vaticano, foi firmado o dogma da infalibilidade do papal.
2. O papa usurpa o lugar de Deus Filho
1) O papa usurpa o lugar de Cristo quando se diz a pedra fundamental da
igreja
· No Antigo Testamento a pedra é sempre uma metáfora para Deus (Is 28:16; Sl
118:22).
· Cristo disse que ele é a pedra (Mt 21:42).
· Pedro disse que Cristo é a pedra (At 4:11-12; 1 Pe 2:4-6).
· Paulo disse que Cristo é o único fundamento (1 Co 3:11) e que os apóstolos
são o fundamento secundário (Ef 2:20).
· Paulo diz que Cristo é a pedra (1 Co 10:4).
2) O papa usurpa o lugar de Cristo quando se diz Sumo Pontífice – A palavra
sumo significa supremo e pontífice, vindo do latim pontifix = construtor de
pontes. Sumo pontífice é supremo mediador. Isso contraria o ensino bíblico de 1
Tm 2:5; Jo 14:6.
3) O papa usurpa o lugar de Cristo quando se diz cabeça e chefe da igreja – A
teologia do catolicismo romano ensina que o papa é o cabeça e chefe da igreja
militante, purgante e triunfante. Isso contraria o ensino da Bíblia (Ef 1:22;
5:23). O próprio Pedro chama Jesus de supremo pastor (1 Pe 5:4). Se a igreja
pode ter duas cabeças, então a mulher pode ter dois maridos (Ef 5:23).
4) O papa usurpa o lugar de Cristo quando reivindica preeminência jurisdicional
– O único que têm preeminência na igreja é Cristo (Cl 1:18).
3. O papa usurpa o lugar do Espírito Santo
1) O papa usurpa o lugar do Espírito Santo quando ele se diz o Vigário de
Cristo na terra – a palavra vigário significa substituto. O substituto de
Cristo é o Espírito Santo e não o papa (Jo 14:16,17,26; 15:26; 16:7-11,13).
2) A presença de Cristo no meio da igreja (Mt 18:20; 28:20) dá-se não pela
presença do papa, mas pela presença do Espírito Santo – O papa está em Roma,
não tem a capacidade de estar em todo lugar, em todo o tempo. Mas o Espírito
Santo sim, está em nós e conosco, sempre!
3) A Bíblia fala de um vigário espúrio de Cristo – O anticristo também é um substituto
espúrio de Cristo (2 Ts 2:4,9,10). O prefixo anti = am vez de, em lugar de. O
papa está mais para o papel de anticristo, do que para o papel de legítimo
substituto de Cristo, uma vez que esse é o papel do Espírito Santo.
III. ASCENSÃO E DECADÊNCIA DO PAPADO NA HISTÓRIA
1. Até o quarto século a igreja cristã nada tinha a ver com o catolicismo
romano
· A igreja primitiva ou cristã não era romana. Não havia nenhuma denominação. A
igreja era fiel à doutrina apostólica. Era uma igreja ortodoxa, fiel, santa e
mártir.
2. Depois da conversão do imperador Constantino o Cristianismo foi declarado
religião oficial do império
· Isso corrompeu a igreja pouco a pouco. A porta de entrada da igreja passou a
ser a conveniência e não a conversão. As pessoas vinham para a igreja trazendo
suas crendices e doutrinas pagãs. Ao se declararem cristãos, as pessoas
recebiam as benesses do governo em vez de perseguição. A igreja encheu-se de
gente não convertida.
3. A disputa de poder eclesiástico se estabelece nas principais igrejas
· Não tardou para que os bispos das principais cidades começassem a disputar a
primazia, especialmente entre as 5 principais cidades do império: Roma,
Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém.
· No concílio de Nicéia em 325 foi reconhecida aos bispos de Alexandria e
Antioquia jurisdição sobre suas províncias, tal como a que o bispo de Roma exercia
sobre a província romana.
· O concílio de Calcedônia 451 manteve a mesma posição.
4. O imperador Focas nomeou Gregório I, o bispo de Roma, como bispo
universal
· Em 604 d.C., o imperador Focas nomeou Gregório I, bispo universal, mas ele
rejeitou o título, dizendo que quem o aceitasse deveria ser considerado
precursor do anticristo.
· Em 607 d.C., Focas nomeou Bonifácio III, como bispo universal e ele aceitou o
título e aí começou a instituição do papado e o catolicismo romano. Os
primeiros 600 anos da era cristã nada sabem sobre qualquer supremacia
espiritual da parte dos bispos de Roma. O Catecismo de New York diz: “O papa é
o verdadeiro vigário de Cristo, o cabeça de toda a igreja, o pai de todos os
cristãos. Ele é governador infalível, o instituidor dos dogmas, o autor e o
juiz dos concílios; o soberano universal da verdade, o árbitro do mundo, o
supremo juiz do céu e da terra, o juiz de todos, não sendo ele julgado por
ninguém na terra.”
· A coroa tripla que o papa usa simboliza sua autoridade no céu, na terra e no
inferno: sobre a igreja militante, purgante e triunfante.
5. O papa Nicolau I (858-867) foi o primeiro a usar a coroa, servindo-se do
documento espúrio AS FALSAS DECRETAIS DE ISIDORO
· O cânon Niceano, reconhecendo a paridade de jurisdição de Alexandria,
Antioquia e Roma, cada qual em seu próprio território, apareceu na tradução
latina com o título: “Roma sempre teve o primado”.
· A frase de Agostinho: causa finita está causa est; á decidida, foi mudada
para Roma locuta est; causa finita est: Roma falou, decidiu-se a causa, e foi
assim citada no Manual de Catecismo de Pio X.
· A mais influente fraude documental da História foram as Decretais de Isidora,
que apareceram em 853 e foram utilizadas por Nicolau. Essas decretais foram
incorporadas ao Direito Canônico e por 600 anos continuaram a ser usadas como a
prova máxima da supremacia papal sobre a Igreja e o Estado. Segundo o
pseudo-Isidoro, a sé romana é “a cabeça, o coração, mãe e cúpula de todas as
igrejas” e não está sujeita a tribunal algum. Esse documento falso, forjado,
supondo ser um documento do II e III séculos, exaltava o poder dos papas e
legitimava o papado desde o apóstolo Pedro.
· As “pseudas decretais de Isidoro” selaram a pretensão do clero Medieval com o
sinete da antiguidade e o papado que era recente tornou-se coisa antiga. Esse
maior imbuste da história antecipou o papado em 5 séculos.
6. O papado como infalível corrompeu-se moral e teologicamente
· O papado na Idade Média tornou-se opulento econômica e politicamente. Também corrompeu-se
ao extremo.
· Embora historicamente os papas se considerassem infalíveis, esse dogma só
veio a ser definido no Concílio Vaticano em 1870, no tempo de Pio IX.
· Os papas, dizendo-se infalíveis em matéria de fé e moral, entraram em
contradição, instituíram a inquisição (Inocêncio III, em 1215 instituiu a
inquisição papal. Inocêncio IV, quinze anos depois, legalizou a tortura. Em
1478, Sixto IV sancionou a inquisição Espanhola. A inquisição romana foi
organizada por Paulo III e administrada com zelo especial por Paulo IV
1555-1559. Leão X afirmou que a queima de dissidentes religiosos era de
expressa revelação do céu.
· Os papas dizendo infalíveis declararam heréticas as descobertas científicas.
De Copérnico. Galileu Galilei foi preso em Florença por defender que a terra
gira em torno do sol. Em 1633 ele foi julgado pela inquisição e precisou se
retratar para não ser queimado.
· O papa, sendo infalível, criou muitos dogmas contrários às Escrituras, ao
longo da história:
a) 431 – Culto a Maria: Mãe de Deus, Imaculada, Intercessora, Co-Redentora,
Assunto aos céus.
b) 503 – Purgatório.
c) 787 – Culto às imagens.
d) 913 – Canonização dos santos.
e) 933 – canonização dos santos
f) 1184 – Inquisição – Na Idade Média, na Pré-Reforma, no Concílio de Trento, na
Pós-Reforma. Os jesuítas – A companhia de Jesus, o braço da inquisição. O
francês calvinista Jacques Le Balleur foi assassino pelo santo canonizado
Anchieta no Rio de Janeiro em 9/2/1558.
g) 1190 – A venda das indulgências.
h) 1216 – Institui-se a confissão.
i) 1215 – Decretam a transubstanciação.
j) 1546 – No concílio de trento – incluem os livros apócrifos.
k) 1854 – Dogma da Imaculada Conceição.
l) 1870 – Dogma da infalibilidade papal.
m) 1950 – Dogma de assunção de Maria.
· John Wycliff considerou o bispo de Roma não como vigário de Cristo, mas
como o homem do pecado.
· John Huss acusou os doutores da igreja de colocar o papa em paridade com o
Espírito Santo.
· Lutero dizia que as falsas pretenções do papa concorda tanto com o governo
dos apóstolos como Lúcifer com Cristo, o Inferno com o céu, a noite com o dia.
· Calvino entendiam que o papa é uma figura do anticristo.
· Tyndale chamava o papa de anticristo e o catolicismo romano como a prostituta
de Babilônia.
· O prefácio da Bíblia King James, 1611, chama o papa de “o homem do pecado”.
· A Confissão de Fé de Westminster fala que o papa é o anticristo, o homem do
pecado, o filho da perdição.
7. O papa muda de tática no Concílio Vaticano II
· A partir de João XXIII a igreja mudou de tática e passou a dar uma ênfase
ecumênica. Tanto João XXIII, como Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II,
trabalharam nessa direção. A questão não é mudança de convicção, mas de tática.
Roma é sempre a mesma.
· Em vigência, porém, está a constituição dogmática LUMEM GENTIUM do Concílio
Ecumênico Vaticano II, promulgado em 21 de Novembro de 1964: “Pois o romano
pontífice, em virtude do seu múnus de vigário de Cristo e pastor de toda a
igreja, possui na igreja poder pleno, supremo e universal”.
· Joseph Ratzinger disse que as outras igrejas não são co-irmãs, mas
procedentes do romanismo.
8. As encíclicas e bulas papais hoje já não são mais levados a sério pelos
fiéis católicos
· O catolicismo está perdendo seus fiéis a cada ano. Na Europa as igreja estão
vazias. Na América Latina O catolicismo perde fiéis aos milhares a cada ano.
· O povo que se diz católico não obedece as bulas e encíclicas papais, daqueles
a quem consideram infalível.
· Não obstante nos últimos anos, Roma teve papas respeitados pela sua firme
posição moral e esforço nas causas políticas e sociais, e religiosas como João
XXIII, Paulo VI, João Paulo II, e agora Bento XVI, o catolicismo romano não
pode ser considerado uma legítima vertente do Cristianismo bíblico e
apostólico.
CONCLUSÃO
1. A verdade sempre traz benefícios – As nações que cresceram sugando o
leite da verdade, colonizadas pelo protestantismo foram nações ricas, fortes,
prósperas, enquanto as que cresceram sob o báculo do papa, foram nações pobres
e atrasadas. A Reforma não foi um desvio da Igreja Romana, mas uma volta ao
Cristianismo apostólico.
2. O ecumenismo é uma armadilha para neutralizar o avanço evangelístico da
igreja – A proposta ecumênica encantou os evangélicos ingênuos e paralisou o
ímpeto evangelístico da igreja protestante.
3. A apologética não pode ser um fim em si mesmo – A igreja precisa conhecer a
verdade, viver a verdade proclamar a verdade. A igreja de Éfeso na defesa da fé
perdeu o amor. Devemos os católicos e evangelizá-los. Uma das melhores maneiras
de evangelizar um católico é ensinando para ele o catolicismo.
Rev.
Hernandes Dias Lopes
Fonte: Gospel Prime