1- Origem histórica da festa do rei Momo
2- A origem do carnaval no Brasil
3- Símbolos carnavalescos
4- Desfiles das Escolas de Samba
5- O carnaval e a igreja católica romana
6- Posição da igreja evangélica no período do carnaval
7- Evangelismo ou retiro espiritual?
8- Curiosidades do carnaval
9- As armas da festa
10- O rei momo no carnaval carioca
11- Pesquisa sobre a opinião da população sobre o Carnaval
Realizada entre o 18 a 19 de dezembro
de 2000
12- Bibliografia:
Somente alguns trechos visto no blog:
Porque, se viverdes segundo a carne,
morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis (Rm
8.13)
O carnaval no Brasil, uma das mais
conhecidas festas populares do mundo, é totalmente contrário aos valores
cristãos. Mas, por outro lado, não podemos deixar de considerar que esta festa
é uma manifestação folclórica e cultural do povo brasileiro. Será que o
carnaval, na proporção que vemos hoje – com suas mais variadas atrações, com
direito a escândalos e tudo, envolvendo políticos (quem não se lembra do
episódio ocorrido com Itamar Franco?) e alcançando as camadas mais humildes da
sociedade – é o mesmo de antigamente? Onde e como teve início o carnaval? Qual
tem sido a sua trajetória, desde o seu princípio até os dias atuais? Existem
elementos éticos em sua origem? São perguntas que, na medida do possível,
estaremos respondendo no artigo que segue.
Origem histórica da festa do rei Momo
A palavra carnaval deriva da
expressão latina carne levare, que significa abstenção da carne. Este termo começou a circular por volta dos
séculos XI e XII para designar a véspera da quarta-feira de cinzas, dia em que
se inicia a exigência da abstenção de carne, ou jejum quaresmal. Comumente os autores explicam este nome a partir dos termos do latim
tardio carne vale, isto é, adeus carne, ou despedida da carne; esta derivação
indicaria que no carnaval o consumo de carne era considerado lícito pela última
vez antes dos dias do jejum quaresmal - outros estudiosos recorrem à expressão carnem levare, suspender ou
retirar a carne: o Papa São Gregório Magno teria dado ao último domingo antes
da quaresma, ou seja, ao domingo da qüinquagésima, o título de dominica ad
carnes levandas; a expressão haveria sido sucessivamente abreviada para carnes
levandas, carne levamen, carne levale, carneval ou carnaval – um terceiro grupo
de etmologistas apela para as origens pagãs do carnaval: entre os gregos e
romanos costumava-se exibir um préstito em forma de nave dedicada ao deus
Dionísio ou Baco, préstito ao qual em latim se dava o nome de currus navalis:
de onde vem a forma carnavale.1
Segundo o historiador José Carlos
Sebe, ao carnaval estão relacionadas as festas e manifestações populares dos mais
diversos povos, tais como o purim, judaico, e as saturnálias e as caecas, babilônicas, manifestações que
contribuíram muito para o carnaval atual.
A real origem do carnaval é um tanto
obscura. Alguns historiadores assentam sua procedência sobre as festas
populares em honra aos deuses pagãos Baco e Saturno. Em Roma, realizavam-se
comemorações em homenagem a Baco (deus de origem grega conhecido como Dionísio
e responsável pela fertilidade. Era também o deus do vinho e da embriaguez). As
famosas bacanais eram festas acompanhadas de muito vinho e orgias, e também
caracterizadas pela alegria descabida, eliminação da repressão e da censura e
liberdade de atitudes críticas e eróticas. Outros estudiosos afirmam que o
carnaval tenha sido, talvez, derivado das alegres festas do Egito, que
celebravam culto à deusa Isís e ao deus Osíris, por volta de 2000 a.C.
A origem do carnaval no Brasil
O primeiro baile de carnaval
realizado no Brasil ocorreu em 22 de janeiro de 1841, na cidade do Rio de
Janeiro, no Hotel Itália, localizado no antigo Largo do Rócio, hoje Praça
Tiradentes, por iniciativa de seus proprietários, italianos empolgados com o sucesso
dos grandes bailes mascarados da Europa. Essa iniciativa agradou tanto que
muitos bailes o seguiram. Entretanto, em 1834, o gosto pelas máscaras já era
acentuado no país por causa da influência francesa.
Ao contrário do que se imagina, a
origem do carnaval brasileiro é totalmente européia, sendo uma herança do entrudo português e das mascaradas italianas.
Somente muitos anos depois, no início do século XX, foram acrescentados os
elementos africanos, que contribuíram de forma definitiva para o seu desenvolvimento
e originalidade.
Nessa época, o carnaval era muito
diferente do que temos hoje. Era conhecido comoentrudo, festa violenta,
na qual as pessoas guerreavam nas ruas, atirando água uma nas outras, através de bisnagas, farinha,
pós de todos os tipos, cal, limões, laranjas podres e até mesmo urina. Quando
toda esta selvageria tornou-se mais social, começou então a se usar água
perfumada, vinagre, vinho ou groselha; mas sempre com a intenção de molhar ou
sujar os adversários, ou qualquer passante desavisado. Esta brincadeira
perdurou por longos anos, apesar de todos os protestos. Chegou até mesmo a
alcançar o período da República. Sua morte definitiva só foi decretada com o
surgimento de formas menos hostis e mais civilizadas de brincar, tais como o
confete, a serpentina e o lança-perfume. Foi então que o povo trocou as ruas
pelos bailes.
O carnaval e a igreja católica romana
Devido à sua origem pagã, e pelo fato
de ser uma festa um tanto obscena, a relação entre a Igreja Romana e o carnaval
nunca foi amigável. No entanto, o que prevaleceu por parte da igreja foi uma
atitude de tolerância quanto à essa manifestação, até porque a liderança da
igreja não conseguiu eliminá-la do calendário. A solução, então, foi: se não pode vencê-los, junte-se a eles. Daí, no século XV, a festa da carne, por assim dizer,
foi incorporada ao calendário da igreja, sendo oficializado como a festa que
antecede a abstinência de carne requerida pela quaresma: Por fim, as autoridades eclesiásticas conseguiram restringir a
celebração oficial do carnaval aos três dias que precedem a quarta-feira de
cinzas (em nossos tempos, alguns párocos bem intencionados promovem, dentro das
normas cristãs, folguedos públicos nesse tríduo a fim de evitar que sejam os
fiéis seduzidos por divertimentos pouco dignos). Como se vê, a igreja não
instituiu o carnaval; teve, porém, de o reconhecer como fenômeno vigente no
mundo em que ela se implantou. Sendo em si suscetível de interpretação cristã,
ela o procurou subordinar aos princípios do Evangelho; era inevitável, porém,
que os povos não sempre observassem o limite entre o que o carnaval pode ter de
cristão e o que tem de pagão. Esta claro que são contrários às intenções da
igreja os desmandos assim verificados. Em reparação dos mesmos foram
instituídas adoração das quarenta horas e as práticas de retiros espirituais
nos dias anteriores à quarta-feira de cinzas.
O carnaval é um exemplo real da
sobrevivência do paganismo, com todos os seus elementos presentes. É a
explicita manifestação das obras da carne: adultério, prostituição, impureza,
lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas
semelhantes. O apóstolo Paulo declara inequivocamente que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus (Gl 5.19-21).
Matéria recebida do site (ICP –
Instituto Cristão de Pesquisa)
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