“Porque todas as vezes que comerdes deste
pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que
ele venha.” I Co 11.26
A Eucaristia é o
dogma Católico com o qual os fiéis têm um maior relacionamento. O sacramento
eucarístico é ministrado em toda e qualquer celebração da missa, seja uma missa
normal ou com algum objetivo em especial.
A Eucaristia é
considerada o ápice da celebração da missa. É o momento do sacrifício, sentido
único da missa. Neste momento, os fiéis seguem um rito repetido a cada missa,
esperando o momento da distribuição da hóstia consagrada, que é levada à boca e
engolida sem poder ser mastigada.
Nós Evangélicos compartilhamos de tal ensinamento de Jesus com os Católicos. No entanto, nossa Ceia é diferente em essência e propósito. Neste capítulo, eu gostaria de mostrar as razões de tal diferenciação, comparando a doutrina Católica eucarística com a doutrina da Ceia do Senhor disposta na Bíblia.
Nós Evangélicos compartilhamos de tal ensinamento de Jesus com os Católicos. No entanto, nossa Ceia é diferente em essência e propósito. Neste capítulo, eu gostaria de mostrar as razões de tal diferenciação, comparando a doutrina Católica eucarística com a doutrina da Ceia do Senhor disposta na Bíblia.
Antes de
prosseguirmos, devemos nos familiarizar com três termos que serão muito usados
neste capítulo:
Hóstia
A Hóstia é a
substituta do Pão da ceia. Trata-se de um pão ázimo (ou sem fermento) circular,
de cerca de 3 cm de diâmetro para os fiéis e 7,8 cm de diâmetro para os
Sacerdotes, feito com farinha de trigo e água. Existem vários tipos de hóstia,
com vários desenhos. A mais comum contém três letras: JHS. Estas três letras
vem do latim Iesus Hominun Salvator que significa “Jesus Salvador dos
Homens”. É muito conveniente tal nome, pois segundo ensina o Catolicismo, é
este “pão ázimo circular” que vai se transformar em Cristo.
Vinho
O vinho foi usado
durante muitos anos na Eucaristia Católica até o Concílio de Trento, onde o pão
passou a ser o único emblema na Eucaristia. Mesmo assim, me lembro de que,
quando ainda era Católico, ter estado presente em uma missa onde o sacerdote
dava o pão e o vinho aos fiéis. Não sei se esta prática é comum em outras
paróquias, mas como doutrina oficial, só o pão deve ser usado, deixando o vinho
apenas para o sacerdote.
O vinho, segundo a
doutrina Católica, se transforma no sangue de Jesus.
Transubstanciação
Transubstanciação é
exatamente o que a palavra sugere: uma mudança de substância. Segundo ensina o
clero Católico, a Hóstia consagrada muda de substancia passando de pão para a
carne, alma e divindade de Jesus Cristo. Como essa mudança acontece? Isso
ninguém sabe, nem o clero Católico se atreve a tentar dar uma explicação. É por
isso que quando o Sacerdote termina a consagração da hóstia ele ergue o
artefato e diz: “Eis o mistério da nossa fé”. Este dogma está em vigor
oficialmente desde 1215 d.C e é um dos dogmas mais enraizados nos fiéis
Católicos.
Nas próximas
páginas, iremos analisar o dogma eucarístico Católico à luz da Bíblia
procurando encontrar a verdade à respeito da Eucaristia instituída por Jesus.
Peço que o caro leitor leia com atenção e examine cada argumento e cada ideia
de forma sincera, sabendo que toda a verdade está contida na Palavra de Deus,
pois “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho”
(Sl 119:105).
Repetindo o
sacrifício de Cristo
“Quando a Igreja
celebra a Eucaristia, rememora a páscoa de Cristo, e esta se toma presente: o
sacrifício que Cristo ofereceu uma vez por todas na cruz torna-se sempre atual:
“Todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, pelo qual Cristo
nessa páscoa foi imolado, efetua-se a obra de nossa redenção.””
Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1364
“Na Eucaristia,
Cristo dá este mesmo corpo que, entregou por nós na cruz, o próprio sangue que
“derramou por muitos para remissão dos pecados” (Mt 26,28).”
Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1365
Jesus
instruiu a Ceia como uma lembrança de sua morte da mesma forma que a páscoa era
celebrada pelos Judeus para lembrar a saída de Israel do Egito. A Igreja
Católica acrescenta muitos outros significados a esta celebração como veremos a
seguir.
A Bíblia ensina que Jesus ofereceu-se uma só vez para lavar os pecados : “também
Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos,“ (Hb
9:28). A Igreja Católica sabe disso, no entanto, ela afirma que “O
sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício”
(Catecismo da Igreja Católica, 1368). Isto é, a cúria Romana ensina que o
sacrifício realizado nas missas é o mesmo que Cristo ofereceu no calvário. Na
eucaristia, o único sacrifício de Cristo é repetido todos os domingos e festas
de guarda.
A questão aqui está
no significado da Eucaristia. Alguns dizem que Eucaristia e Santa Ceia não têm
diferença, mas eu creio que sim. Nós Evangélicos acreditamos que a ceia foi
instituída para lembramos do sacrifício de Jesus no calvário, sua ressurreição em
prol de nossa salvação e de sua eminente volta. Ensina a Igreja Católica que a
Eucaristia é um sacrifício que tem poder de perdoar pecados e dar a vida
eterna. Como se vê claramente, as duas diferem em essência e propósito.
Falaremos da essência mais à frente, mas agora vamos entender o propósito da
Ceia.
A palavra no
original grego em Lc 22:19 para memória é anamnesis (do original grego
“αναμνησιν”) que significa relembrar, trazer à memória, lembrar-se. Esta
palavra só é usada nos versos que tratam da Ceia (Lc 22 e 1Co 11).
Podemos concordar
com o Catolicismo ao dizer que rememoramos a morte de Cristo, mas não podemos
concordar que o sacrifício se torna presente, isto é, esteja acontecendo
naquele momento. Paulo, em 1Co 11:23-34, fala sobre a Ceia mas não fala nada
sobre um sacrifício de Cristo que se torna presente. A Ceia tem muito a ver com
a páscoa judaica, mas os Judeus não comemoravam a páscoa como se ela se
tornasse presente. Os Judeus comemoravam a páscoa para se lembrarem do dia em
que Deus matou os primogênitos do Egito causando a libertação do povo de
Israel; como Deus disse a Moisés: “E este dia vos será por memorial,”
(Êx 12:14). Deus ainda exemplifica claramente: “E quando vossos filhos vos
perguntarem: Que quereis dizer com este culto? Respondereis: Este é o
sacrifício da páscoa do Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no
Egito, quando feriu os egípcios, e livrou as nossas casas.” (Êx 12:26-27).
O livro de Hebreus
nos fala de uma forma bem explícita sobre este assunto. A Igreja Católica
frequentemente utiliza termos judaizantes para inferir a Eucaristia
(sacrifício, sacerdote, altar e etc), portanto, o livro de Hebreus se encaixa
perfeitamente na refutação das ideologias Católicas. Vamos analisar alguns
textos do livro de Hebreus:
1)
Hebreus 9:26-28
O texto diz “Mas
Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens já realizados, por meio do
maior e mais perfeito tabernáculo (não feito por mãos, isto é, não desta
criação), e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio
sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna
redenção.“(grifos acrescentados).
A primeira
expressão grifada diz que Jesus entrou no santo lugar Havendo obtido uma
eterna redenção. O verbo está no passado, isto é, depois de ter obtido, após
obter. Fica claro que não é necessário que Jesus se entregue novamente para
obter a salvação para ninguém. A segunda expressão grifada diz que Jesus obteve
uma eterna redenção. Isso significa que a redenção obtida por Jesus na
cruz tem valor eterno e é sempre atual, não precisando ser renovada, repetida
ou atualizada.
Caro leitor, pense nisto: Se a eucaristia torna presente o sacrifício de Jesus, ele elimina o anterior? Ou é uma repetição do anterior? Se Jesus se manifesta na hóstia, não estaria ele sendo crucificado novamente? Não seria a eucaristia somente uma lembrança do que Jesus fez?
Caro leitor, pense nisto: Se a eucaristia torna presente o sacrifício de Jesus, ele elimina o anterior? Ou é uma repetição do anterior? Se Jesus se manifesta na hóstia, não estaria ele sendo crucificado novamente? Não seria a eucaristia somente uma lembrança do que Jesus fez?
2)
Hebreus 9:26
O texto diz: “doutra
forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas
agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar
o pecado pelo sacrifício de si mesmo “ (grifos acrescentados).
O texto diz que
Jesus se manifestou uma vez por todas. Desta forma, a manifestação de
Jesus em carne para oferecer-se como sacrifício pelos pecados ocorreu apenas
uma única vez. O texto ainda afirma que Jesus se manifestou para aniquilar o
pecado. Essa expressão é bem clara: aquilo que foi aniquilado não pode ser
aniquilado novamente. Jesus se manifestou para aniquilar o pecado apenas uma
vez, não sendo necessária uma nova manifestação para aniquilar o pecado, visto
que este já foi tirado do povo de Deus, como ensinado no texto de Hebreus 10:14
“Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo
santificados”. Diante disto pergunto: A Eucaristia seria uma manifestação
presente de Jesus para aniquilar o pecado? Ou apenas uma lembrança do que Jesus
fez?
3)
Hebreus 10:18
Diz o texto em
questão: “Ora, onde há remissão destes, não há mais oferta pelo pecado”.
Esse versículo deixa claro que Jesus já pagou por nossos pecados e que não há
mais sacrifício pelo pecado. Portanto, a Eucaristia é uma perversão do
sacrifício vicário de Cristo na cruz. Como Jesus pode manifestar-se novamente
na hóstia para se oferecer novamente pelo pecado se ele já fez isto? Ou será
que a Eucaristia é apenas a lembrança do sacrifício de Jesus pelo pecado?
Lembro-me de ter
visto uma vez um padre na televisão durante a transmissão de uma missa onde ele
dizia que os Judeus, quando celebravam alguma festa (como a páscoa creio eu),
eles o faziam com a consciência de que aquilo estava presente. No entanto, não
há nada na Bíblia (e nem na cultura judaica pelo que sei) que indique isto.
Jesus instituiu a ceia como lembrança de sua morte e não como um renovo ou algo
parecido. Um memorial da Segunda Guerra Mundial, por exemplo, não tem o
propósito de torna-la atual, mas apenas de servir de objeto de lembrança de
algo que aconteceu. A Eucaristia instituída por Jesus tem o mesmo sentido.
Tomar e comer dos emblemas da ceia não significa sacrificar algo – no caso o próprio Jesus segundo ensina o Vaticano – em prol de nossa salvação e perdão de pecados; significa lembrar e reconhecer profundamente o significado da morte de Jesus e partilhar com os irmãos “de um mesmo pão.” (1Co 10:17).
Tomar e comer dos emblemas da ceia não significa sacrificar algo – no caso o próprio Jesus segundo ensina o Vaticano – em prol de nossa salvação e perdão de pecados; significa lembrar e reconhecer profundamente o significado da morte de Jesus e partilhar com os irmãos “de um mesmo pão.” (1Co 10:17).
Portanto, fica
claro que Jesus ofereceu-se uma só vez por nossos pecados e que sua redenção
feita na cruz tem duração eterna não necessitando de um novo sacrifício. O
Vaticano ainda afirma:
“A celebração
litúrgica desses acontecimentos toma-os de certo modo presentes e atuais. É
desta maneira que Israel entende sua libertação do Egito: toda vez que é
celebrada a Páscoa, os acontecimentos do êxodo tomam-se presentes à memória dos
crentes, para que estes conformem sua vida a eles.”
Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1363
Como se da isso? Ora, memorial não é literal. Sobre isto, diz o Prof. Paulo
Cristiano:
“[A Eucaristia]
Não foi dada para ser um sacrifício. Ela comemora o término do sacrifício do
Calvário. Um memorial não é a realidade. É apenas para nos lembrar do real.”
[HTTP://www.cacp.org.br – Catolicismo –
Outras Doutrinas - A Missa]
Se o caro leitor for Católico, peço que pondere sobre estas questões: o Catolicismo
afirma que a Eucaristia é o sacrifício de Cristo tornando-se presente em prol
da salvação e da purificação dos participantes da Missa. A Bíblia ensina desta
forma? Será que o sacrifício da missa é real? Ou seria apenas uma lembrança? O
que Jesus quis dizer quando afirmou: “fazei isto em memória de mim” (Lc
22:19)? Como uma memória pode ser presente? Quando uma estátua é erguida em
memória de um soldado, aquela estátua é o próprio soldado? Ou apenas uma
lembrança deste?
O pão contém vinho?
“Graças à presença
sacramental de Cristo sob cada uma das espécies, a comunhão somente sob a
espécie do pão permite receber todo o fruto de graça da Eucaristia. Por motivos
pastorais, esta maneira de comungar estabeleceu-se legitimamente como a mais
habitual no rito latino.”
Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1390
Diz acima o clero romano que quando alguém come somente o pão recebe plenamente
o fruto de graça da Eucaristia. De uma maneira geral, o culto Católico
eucarístico exclui o vinho da Eucaristia e isso se dá “por motivos pastorais”.
A Igreja Católica não se serve de bases Bíblicas para comprovar o uso apenas do vinho. Serve-se apenas do argumento de que a hóstia, sendo o corpo de Cristo (como creem), deve conter também seu sangue. À primeira vista pode parecer um argumento procedente, mas será que Jesus ao instruir a ceia desconhecia este fato? Jesus instituiu a ceia com duas “espécies”, a saber, pão e vinho (Mt 26:27; 1Co 11:28). Se ele sabia que carne contém sangue e sendo assim não necessitaria do vinho – sangue – de modo particular, por que instituiu o vinho na ceia? Se Jesus instruiu o vinho é porque ele deve ser utilizado assim como o pão na ceia.
A Igreja Católica não se serve de bases Bíblicas para comprovar o uso apenas do vinho. Serve-se apenas do argumento de que a hóstia, sendo o corpo de Cristo (como creem), deve conter também seu sangue. À primeira vista pode parecer um argumento procedente, mas será que Jesus ao instruir a ceia desconhecia este fato? Jesus instituiu a ceia com duas “espécies”, a saber, pão e vinho (Mt 26:27; 1Co 11:28). Se ele sabia que carne contém sangue e sendo assim não necessitaria do vinho – sangue – de modo particular, por que instituiu o vinho na ceia? Se Jesus instruiu o vinho é porque ele deve ser utilizado assim como o pão na ceia.
Excluindo o vinho
da ceia, o Catolicismo exclui de modo memorial o sangue de Jesus que foi
derramado para nossa justificação ( veja 1Jo 1:7). Sendo assim, os
Católicos estariam privados da graça da Eucaristia. Gostaria de chamar atenção
para o fato de que “sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb
9:22). Deste modo, quando os Católicos celebram a Eucaristia sem o uso do
sangue estão excluindo o sentido do sacrifício de Cristo.
O mais interessante
em tudo isso é que Jesus instituiu a Ceia com o pão e o vinho (Mt 26:27; Mc
14:24; Lc 22:20) e tempos depois Paulo fala da ceia do Senhor com o pão e o
vinho (1Co 11:25). Não há margem para mudar a “fórmula” da Ceia. Veja por
exemplo o batismo: Jesus diz que deveria ser feito “em nome do Pai, e do
Filho e do Espírito Santo.” (Mt 28:19). Seria válido se eu dissesse: “O
batismo deve ser feito em nome de Deus, pois Pai, Filho e Espírito Santo são um
único Deus”. Eu não estaria errado de afirmasse isto? Então como pode o
Catolicismo estar certo afirmando que o pão contém o sangue, portanto não há
necessidade do vinho? Certamente é um grave erro excluir o vinho da Eucaristia.
O Catolicismo
interpreta as palavras de Jesus em João capítulo 6 como sendo parte da doutrina
Eucarística. No episódio narrado nesse capítulo Jesus diz: “Quem comer a
minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna.” (Jo 6:54); em
contrapartida ele afirma: “se não comerdes a carne do Filho do Homem e não
beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos” (Jo 6:53). Ora, nos
dois textos Jesus deixa bem claro que seu sangue é diferente de sua carne e
ainda faz questão de citar os dois todas as vezes que ele usa tal expressão.
Jesus ainda faz singela diferença quando diz “comer a carne” e “beber o
sangue”. Então como o Catolicismo pode afirmar que o vinho não é necessário?
Não creio que Jesus esteja falando da Eucaristia em João capítulo 6 (como veremos mais à frente), mas como o Catolicismo crê e interpreta o texto como parte da doutrina Eucarística, portanto, creio que deveriam pelo menos ser coerentes com seus ensinamentos.
Não creio que Jesus esteja falando da Eucaristia em João capítulo 6 (como veremos mais à frente), mas como o Catolicismo crê e interpreta o texto como parte da doutrina Eucarística, portanto, creio que deveriam pelo menos ser coerentes com seus ensinamentos.
Se Jesus instituiu
Pão e Vinho, a Ceia deve ser celebrada com o uso de Pão e Vinho e não somente
um dos dois. Se Jesus disse Pão e Vinho, por que não usar o vinho?
A Transubstanciação
“No santíssimo
sacramento da Eucaristia estão “contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente
o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus
Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo“.”
Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1374
“É ela conversão do pão e do vinho no
Corpo e no Sangue de Cristo que este se torna presente em tal sacramento.”
Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1375
“Pela
consagração do pão e do vinho se efetua a conversão de toda a substância do pão
na substância do corpo de Cristo Nosso Senhor, e de toda a substância do vinho
na substância do seu sangue. Esta conversão foi com muito acerto e propriedade
chamada pela Igreja Católica de transubstanciação.”
Concílio de Trento, Sessão XIII, parágrafo 877
O ápice dos equívocos na Eucaristia está na Transubstanciação. Dizem que pela consagração
ministrada pelo sacerdote celebrante, a hóstia (emblema do pão) transforma-se
no real corpo de Cristo. Isto é, a hóstia deixa de ser uma bolacha sem fermento
e passa a ser Jesus Cristo; com seu corpo, alma e divindade total.
Tal ideia é absurda
à luz da Bíblia. A Igreja Católica cita as palavras de Jesus quando ele diz: “Eu
sou o pão vivo que desceu do céu;” (Jo 6:51); e em outra parte: “Tomai,
comei; isto é o meu corpo.” e “isto é o meu sangue,” (Mt
26:26,28). Servem-se disso para afirmarem que a transubstanciação é Bíblica.
Esse absurdo
teológico do qual depende toda a Igreja Católica (como afirmou o papa João
Paulo II) é um equívoco sem igual. Dentro deste quadro podemos ver algumas
aberrações à doutrina cristã verdadeira:
a)
Canibalismo
Sim caro leitor, se
a hóstia depois de transubstanciada no corpo de Jesus for ingerida, seria o
mesmo que comer o corpo literal de Jesus. Desta forma, ingerir a hóstia seria o
mesmo que comer literalmente a carne de Jesus.
O Canibalismo é o
ato de um ser humano comer carne humana ou beber o sangue humano. Portanto, se
alguém ingerir o corpo transubstanciado de Jesus na hóstia, estará praticando
Canibalismo. É claro que os Padres Católicos não dizem desta forma, mas é o que
ensinam. Mas Jesus não disse que deveríamos comer sua carne e beber o seu
sangue? Sim, mas em sentido metafórico e não literalmente, como ensina o
Catolicismo com a transubstanciação.
b)
Beber sangue
Deus proíbe o homem
de comer ou beber sangue (em Lv 17:10-12 por exemplo) e por este motivo, em
toda a Bíblia, nenhum homem fiel a Deus praticou tal ato. Isso no Antigo e no
Novo Testamento quando em Atos 15:20 os apóstolos aconselham os gentios a se
absterem de sangue. Por que motivo Jesus iria “mudar” a lei do Antigo Testamento
dizendo aos apóstolos para beberem seu sangue? Como alguém pode se abster de
sangue bebendo o sangue de Cristo de forma literal?
É claro que a
doutrina da transubstanciação é absurda, mas os Teólogos que defendem o
Catolicismo ainda tentam encontrar bases Bíblicas para essa aberração. Vamos
analisá-las uma a uma:
1.
1. Isto é o meu corpo
Esta frase dita por
Jesus em Mt 26:26,28 é uma fortíssima prova de que Jesus estaria ensinando sua
presença real no elemento do pão. Ledo engano. Só porque Jesus fez esta
afirmação devemos tomá-la ao pé da letra? Então devemos também entender que
quando Jesus disse “Eu sou a porta” em Jo 10:7,9 ele estava dizendo que
era literalmente uma porta? Devemos crer que Jesus é literalmente uma videira
(leia Jo 15:1,5) ? Devemos ainda crer que somos sal e luz de forma literal
(veja Mt 5:1,3)?
É verdade que Jesus
não disse que o pão era símbolo de seu corpo, mas também não disse que a porta
e a videira era uma simbologia. Assim como dizer “Eu sou a videira” não torna
Jesus uma árvore, dizer “Isto é o meu corpo” não torna Jesus um pedaço de pão.
1.
2. Eu sou o Pão da
Vida
Podemos encontrar
esta frase sendo dita por Jesus em Jo 6:35. Como eu disse anteriormente, a
Igreja Católica entende o capítulo 6 do livro de João como sendo parte da
Teologia eucarística. Será que realmente é verdade? Será que João capítulo 6
tem relação com a eucaristia?
Segundo o contexto,
as pessoas estavam seguindo Jesus só por que ele lhes garantia o alimento
físico – a multiplicação de pães em Jo 6:14 – e não se importavam com o
alimento espiritual. Quando Jesus disse a frase “Eu sou o Pão da Vida”, todos
entenderam que ele falava simbolicamente (só o Catolicismo entendeu diferente),
prova disso é que ninguém correu para mordê-lo. Jesus dizia que ele era o
alimento, que as pessoas deveriam comer suas palavras, exemplo e ensinamentos
para herdarem a vida eterna.
Jesus não estava
falando da Ceia, mas de ensinamentos espirituais, nem sequer fazia alguma
alusão à sua morte. Seus ensinamentos eram de caráter totalmente diferente dos
empregados na Ceia.
1.
3. Minha carne é
verdadeiramente comida e meu sangue é verdadeiramente bebida
Esta declaração
está no verso 55 do capítulo 6 de João. A isto deixarei a Bíblia de Estudo
Pentecostal responder:
“Jesus é a
Palavra (“Verbo”) viva (1:1-5). A Bíblia é a Palavra escrita (2Tm 3:16; 2Pe
1:21). Jesus é o “pão da vida” (v. 35) e em Mt 4:4 Ele disse: ‘Nem só de pão
viverá o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus…’. Portanto, comemos
a sua carne ao receber e obedecer à Palavra de Deus (v. 63).”
[Bíblia de Estudo Pentecostal – Edição
Comemorativa, 2011]
O simbolismo apresentado aqui é extremamente comparativo ao alimento físico.
Quando Jesus diz “verdadeiramente comida”, ele não diz “comida” no
sentido do verbo comer e sim como uma comparação ao alimento físico, isto é,
ela atua como comida. O alimento, quando ingerido, transforma-se em energia que
nos dá sustendo a partir da quebra de nutrientes para manter nosso organismo. A
Palavra de Deus também atua desta forma, só que em relação ao nosso espírito,
dando-nos força, vida, sabedoria e sustentando nossa fé.
1.
4. Não discernindo o
corpo do Senhor
Paulo diz isto em
1Co 11:28. Porém, não há nada no contexto que indique que Paulo estava falando
de uma transubstanciação. O contexto refere-se ao modo como os crentes de
Corinto celebravam a Ceia – eles o faziam juntamente com as festas Ágape – onde
os participantes se enchiam de comida e se embriagavam (v. 21) como faziam antes
de se converterem, não discernindo o motivo real de suas reuniões (v.
17,18,20). Por isto eles deveriam se examinar antes de tomarem do pão e do
cálice (v. 28), pois corriam perigo de tomarem a Ceia indignamente – fora do
propósito para o qual fora estabelecida – tomando juízo de Deus sobre si. Paulo
não fala nada sobre transubstanciação ou coisa parecida.
A simbologia do pão
e do vinho é facilmente verificada. Mesmo quando eu era Católico não tinha para
mim a hóstia como o corpo de Jesus. Mesmo após Jesus consagrar o vinho, Jesus
continuou a tratá-lo como vinho e não como sangue, senão vejamos: “E
digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira,
até aquele dia…” (Mt 26:29). Veja a palavra sublinhada: “fruto da videira”;
ele não disse “meu sangue”. Nota-se que Jesus consagrou o cálice nos verso
anterior (v. 28), portanto aquele cálice deveria conter o sangue de Jesus (o
texto de Mc 14:26-25 está da mesma forma), mas Jesus não disse que era sangue e
sim “o fruto da videira”.
A este argumento sólido os teólogos Católicos ainda tentam se esquivar dizendo que havia dois cálices naquele dia. Baseiam-se para isso na narrativa de Lucas. Segundo eles afirmam, Jesus teria pego um cálice com vinho e dados aos discípulos (Lc 22:17-18) e então pronunciado esta frase (a de Mt 26:29, citada acima) e depois teria pego o outro cálice e consagrado tornando-o seu sangue (Lc 22:20). No entanto, esta é uma interpretação tendenciosa. Na narrativa de Mateus, Marcos e Paulo só havia um cálice que foi consagrado. O interessante é que na narrativa de Lucas, após consagrar o cálice, Jesus não o dá aos discípulos. Isto indica que Lucas, ao escrever seu livro, primeiro narrou a ceia de forma geral e depois registrou as palavras de Jesus. Uma prova de que Lucas agiu assim é que, na narrativa de Marcos, Jesus dá o cálice para que todos bebam (v. 23) e enquanto faziam isso ele consagrava o vinho (v. 24). Eis o resumo cronológico da Ceia:
A este argumento sólido os teólogos Católicos ainda tentam se esquivar dizendo que havia dois cálices naquele dia. Baseiam-se para isso na narrativa de Lucas. Segundo eles afirmam, Jesus teria pego um cálice com vinho e dados aos discípulos (Lc 22:17-18) e então pronunciado esta frase (a de Mt 26:29, citada acima) e depois teria pego o outro cálice e consagrado tornando-o seu sangue (Lc 22:20). No entanto, esta é uma interpretação tendenciosa. Na narrativa de Mateus, Marcos e Paulo só havia um cálice que foi consagrado. O interessante é que na narrativa de Lucas, após consagrar o cálice, Jesus não o dá aos discípulos. Isto indica que Lucas, ao escrever seu livro, primeiro narrou a ceia de forma geral e depois registrou as palavras de Jesus. Uma prova de que Lucas agiu assim é que, na narrativa de Marcos, Jesus dá o cálice para que todos bebam (v. 23) e enquanto faziam isso ele consagrava o vinho (v. 24). Eis o resumo cronológico da Ceia:
·
Eles começam a celebrar a páscoa normalmente (comendo e bebendo) – Mt
26:26; Mc 14:22; Lc 22:14
·
Jesus consagra o Pão e entrega aos discípulos – Mt 26:26; Mc 14:22; Lc
22:19
·
Jesus dá o vinho aos discípulos consagrando-o – Mt 26:27-28; Mc
14:23-24; Lc 22:17,20
·
Jesus chama o cálice consagrado de fruto da videira – Mt 26:29; Mc
14:25; Lc 22:18
Assim, Jesus
desmantela a doutrina Católica da transubstanciação. Fora este fato, há mais
algumas considerações que tornam a transubstanciação uma doutrina sem bases,
senão vejamos:
Consideração 1
Se Jesus mudou
aquele pão em seu corpo e o vinho em eu sangue e os deu para que os discípulos
comessem, Jesus não estaria fazendo o sacrifício da cruz antes mesmo de ele ser
realizado? Isto é, se a transubstanciação torna o sacrifício de Jesus sempre
presente, como se estivesse ocorrendo naquele momento, Jesus não teria se
sacrificado antes mesmo de morrer na cruz? Como Jesus pôde se entregar pelos
pecados naquela última ceia antes de fazê-lo na cruz? Isso prova que Jesus
utilizou-se dos emblemas apenas como simbologia de sua morte redentora.
Consideração 2
Jesus tinha duas
naturezas: Humana e Divina. O corpo físico de Jesus pertencia à natureza humana
e não à divina (isso claramente se vê em passagens como Mt 4:2 e Jo 4:6).
Portanto, seu corpo era finito e só poderia estar em um lugar ao mesmo tempo.
Assim sendo, como o pão comido pelos apóstolos poderia ser o corpo de Jesus se
ele estava sentado à mesa? Haveria dois corpos de Jesus naquele momento? Isso
também constitui prova de que os emblemas eram simbólicos.
Consideração 3
A Bíblia diz que o corpo
de Jesus está no céu: “havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos
pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas” (Hb 1:3) e ainda em
outra parte: “as este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício
pelos pecados, está assentado à destra de Deus” (Hb 10:12). Assim, fica
claro o corpo de Jesus está no céu e não pode ser trazido abaixo por nenhum
sacerdote.
Jesus está conosco
(Mt 28:20) mas em espírito, não em corpo. Então pergunto: o corpo físico de
Jesus (que segundo o Catolicismo é a substância da hóstia consagrada) não é
onipresente e não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Então como Jesus
pode estar presente em corpo na hóstia e no céu ao mesmo tempo?
Consideração 4
Outra coisa a se
analisar é a substância. A hóstia é feita de trigo e água, mas mesmo depois de
transubstanciada continua a ser trigo e água. Onde está o corpo de Cristo? Onde
estão suas veias, pulmões, coração, pés, unhas, dentes? O clero Católico afirma
que tal transubstanciação é invisível e espiritual, um mistério da fé. Ora,
onde está tal raciocínio das escrituras? Jesus jamais ensinou uma coisa
semelhante a esta.
Fica claro que a
Transubstanciação é uma doutrina fantasiosa inventada pelo Catolicismo. É
importante ressaltar que a base da existência da Igreja Católica está neste
Sacramento. Jesus indicou claramente que a Ceia é uma simbologia de sua morte,
feita para anunciar (do original “καταγγέλλω – kataggelloo”, que
significa anunciar, proclamar, ensinar, promulgar) a morte de Cristo por nós.
Por fim, a Igreja
Católica não tem bases para sustentar tal doutrina, nem mesmo na Sagrada
Tradição. Isto se dá, pois os papas Gelásio I e Gelásio II não acreditavam em
tal doutrina, assim como São Clemente e Santo Agostinho. O papa Gelásio I
dizia: “A natureza do pão e do vinho não se alteram”. Agostinho parecia
zombar de tal doutrina quando disse: “Não se pode engolir Aquele que subiu
vivo para o céu”. Foi somente com o Papa Inocêncio III em 1198 que a
transubstanciação foi implantada como dogma revelado da igreja, passando mais
tarde a ser doutrina oficial do Catolicismo.
Caro leitor, como um dogma tão antibíblico pode ser ensinado pela Igreja? Pense nisto: Jesus não ensinou tal coisa, do contrário, a Bíblia registraria tal ensinamento. Jesus poderia ter dito: “Isto é a substância do meu corpo”, mas por que não o fez? Por que a Bíblia não registra a transubstanciação? Paulo não diz nada sobre tal doutrina, assim como os demais apóstolos. Se a Bíblia não ensina a transubstanciação, então por que crer nela?
Caro leitor, como um dogma tão antibíblico pode ser ensinado pela Igreja? Pense nisto: Jesus não ensinou tal coisa, do contrário, a Bíblia registraria tal ensinamento. Jesus poderia ter dito: “Isto é a substância do meu corpo”, mas por que não o fez? Por que a Bíblia não registra a transubstanciação? Paulo não diz nada sobre tal doutrina, assim como os demais apóstolos. Se a Bíblia não ensina a transubstanciação, então por que crer nela?
Adoração à Hóstia
Consagrada
“”Na liturgia da
missa, exprimimos nossa fé na presença real de Cristo sob as espécies do pão e
do vinho, entre outras coisas, dobrando os joelhos, ou inclinando-nos
profundamente em sinal de adoração do Senhor. “A Igreja católica professou e
professa este culto de adoração que é devido ao sacramento da Eucaristia não
somente durante a Missa, mas também fora da celebração dela,”
Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1178
“Não há dúvida
alguma de que todos os fiéis de Cristo, segundo o costume que sempre vigorou na
Igreja, devem tributar a este santíssimo sacramento a veneração e o culto de
adoração (latria), que só se deve a Deus [cân. 6].”
Concílio de Trento, Sessão XIII, parágrafo 878
Nas duas transcrições acima, a Igreja Católica afirma que seus fiéis devem
adorar a hóstia consagrada. Esta adoração, culto do qual só Deus é digno, é
prestado à hóstia consagrada que supostamente é Jesus Cristo transubstanciado.
Será que a Bíblia ensina este tipo de culto? Se a hóstia consagrada realmente for Jesus Cristo transubstanciado a adoração é verídica. Agora, e se não for? E se a hóstia for apenas o que ela realmente é: água e trigo? Não seria um caso de idolatria? Agora pergunto: a hóstia consagrada é Jesus?
Algumas paróquias contém uma pequena lâmpada vermelha acima do altar que se ascende quando a hóstia é transubstanciada indicando a suposta presença real de Jesus no sacramento. Logo em seguida ouve-se o som de um sino no altar que indica que as pessoas devem se ajoelhar e adorar o Santíssimo Sacramento enquanto o Padre ergue o suposto Jesus de água e trigo. O mesmo acontece com o vinho. De repente a igreja inteira está de joelhos adorando um pedaço de pão.
Será que a Bíblia ensina este tipo de culto? Se a hóstia consagrada realmente for Jesus Cristo transubstanciado a adoração é verídica. Agora, e se não for? E se a hóstia for apenas o que ela realmente é: água e trigo? Não seria um caso de idolatria? Agora pergunto: a hóstia consagrada é Jesus?
Algumas paróquias contém uma pequena lâmpada vermelha acima do altar que se ascende quando a hóstia é transubstanciada indicando a suposta presença real de Jesus no sacramento. Logo em seguida ouve-se o som de um sino no altar que indica que as pessoas devem se ajoelhar e adorar o Santíssimo Sacramento enquanto o Padre ergue o suposto Jesus de água e trigo. O mesmo acontece com o vinho. De repente a igreja inteira está de joelhos adorando um pedaço de pão.
Eu realmente fico
impressionado com essa ideia! Para que Jesus esteja na hóstia, uma passagem da
Bíblia mal interpretada já basta; agora, quando se trata de imagens, não se
pode interpretar literalmente nenhum versículo da Bíblia. Ora, onde está o
sentido nisso? O que é mais fácil interpretar literalmente: “Não fareis para
ti imagem de escultura” ou “Isto é o meu corpo”? Convenhamos em
concordar que a primeira frase tem muito mais sentido literal do que a segunda,
porém, para o Catolicismo, a primeira não é literal quando a segunda é.
É desnecessário a
essa altura dizer que só devemos cultuar a Deus. Jesus afirma as palavras de
Deuteronômio 6:13 dizendo: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás”
(Mt 4:10). Nossa adoração e culto só podem ser dados ao único ser digno de tal
coisa: Deus.
Pergunto aos
Católicos sinceros: Jesus está realmente presente na hóstia? A Bíblia ensina
tal coisa? Se Jesus não estiver na hóstia, adorá-la não seria pecado de
idolatria? Então penso que todo Católico deveria dar mais atenção para estes
detalhes, pesquisando e examinando sua fé mais a fundo e não só se contentando
com o que lhes é ensinado por Roma. A Bíblia afirma que Deus “deseja que
todos se salvem e venham ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2:4) e ele
está disposto a apresentar tal conhecimento maravilhoso à todos aqueles que
buscarem, pois ele mesmo diz: “Buscar-me-eis, e me achareis, quando me
buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29:13).
Conclusão
Vimos que a Igreja
Católica ensina o seguinte referente à Eucaristia:
·
Na Eucaristia, o sacrifício de Jesus se torna real e presente;
·
Na Eucaristia deve-se usar apenas o Pão, pois a carne já contém o
sangue;
·
A hóstia muda-se em corpo, alma e divindade de Jesus pela
transubstanciação;
·
A hóstia deve ser adorada com culto de Latria (adoração)
A Bíblia não ensina
nada sobre a presença real de Jesus na hóstia. Ela ensina que “o Senhor
Jesus, na noite em que foi traído, tomou pão; e, havendo dado graças, o partiu
e disse: Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim.
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é
o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em
memória de mim.” (1Co 11:23-25). Não há margem para entender literalmente
as palavras de Jesus. Ele dizia: “Isto é o meu corpo”, ou seja, isto simboliza
o meu corpo; da mesma forma que ele disse: “Eu sou a porta”, quando na verdade
queria dizer que ele simbolizava a porta que leva ao céu. A transubstanciação é
um absurdo teológico!
Se a eucaristia é
um sacrifício, e já que Jesus celebrou tal sacrifício com os apóstolos antes de
morrer na cruz, então o sacrifício de Jesus foi adiantado? Ele se sacrificou
antes de morrer na cruz? Como ele poderia ter feito isso? Não seria isso um
verdadeiro absurdo!?
Como vimos durante
este capítulo, a transubstanciação não é uma doutrina fundamentada nas
Escrituras Sagradas. A ceia ou Eucaristia é a rememoração do sacrifício de
Jesus Cristo, onde ingerimos o pão simbolizando a morte de Jesus Cristo na cruz
e ingerimos também o sangue, simbolizando o derramamento do sangue da Nova
Aliança que nos purifica de todo o pecado. Esta é a Ceia ensinada por Jesus, em
sua memória (Lc 22:19), para sua glória e para que lembremo-nos de que Jesus
Cristo foi nosso cordeiro pascal (1Co 5:7), imolado por nossos pecados (1Co
15:3), mas que agora, vivo, intercede por nós junto ao Pai (Hb 7:25), de onde
há de vir como prometeu (Jo 14:3).
O apóstolo Paulo
nos ensina dizendo: “Ponde tudo à prova” (1Ts 5:21). Cabe a nós, baseados
na Palavra de Deus que é “proveitosa para ensinar, para repreender, para
corrigir, para instruir em justiça;” (2Tm 3:16), julgar e testar todas as
coisas para que não caiamos em ventos de doutrina e falsidades inventadas pelas
mentes humanas ou inspiradas por demônios. Precisamos conhecer a “espada do
Espírito, que é a Palavra de Deus” (Ef 6:17) para que possamos resistir às
tentativas do maligno de nos aprisionar em heresias, pois como o próprio Deus
disse: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento.”
(Os 4:6).
Deus te ama e
deseja que você viva a verdade do Evangelho da glória que ele tem oferecido.
Lembre-se do que Jesus disse: “Quando vier, porém, aquele, o Espírito da
verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas
dirá o que tiver ouvido,” (Jo 16:13). Peça ajuda ao Espírito Santo, para
que ele lhe revele as verdades contidas na Palavra de Deus, e com toda certeza,
ele irá fazê-lo.
Perguntas para
meditação:
1.
A Bíblia ensina que a Ceia é o sacrifício de Jesus presente na
celebração?
2.
Jesus ensinou que somente o pão é necessário para a celebração da Ceia?
Se fosse, então por que ele também falou do vinho?
3.
A transubstanciação é Bíblica? Por que Paulo em 1Coríntios capítulo 11
não disse nada sobre ela?
4.
A frase “Isto é o meu corpo” tem sentido literal? E a frase “Eu sou a
Porta”, tem sentido literal? As duas frases têm diferença? Se eu alguém
apontasse para Jesus e dissesse “Isto é a Porta!”; Jesus o seria literalmente?
Ou seria uma metáfora?
5.
Adorar os emblemas da Ceia é Bíblico? Por que a Bíblia não diz nada à
respeito?
6.
Por que a Bíblia nas mostra nenhum caso da adoração do pão?
Extraído do livro
“O Catolicismo Romano e a Bíblia” – Rafael Nogueira
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