sexta-feira, 3 de maio de 2013

MARIA, CHEIA DE GRAÇA. E OS OUTROS, COMO FICAM ?

"E entrando, lhe disse: «Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo»." (Lucas 1:28)

Há uma discussão muito grande no meio apologético, se Maria era "cheia de graça" ou "agraciada".
Nós cremos que Maria era cheia de graça, sim, assim como cremos que todos os cristãos (não apenas Maria) que alcançam o favor divino são cheios da graça de Deus!
A verdade bíblica é que todos aqueles que são preenchidos com a graça de Deus são "cheios de graça":

1º - Porque todos os cristãos são cheios do Espírito Santo (At.4:8; 7:55; 13:9; 9:17; Lc.1:55; 1:67), 
e isso não é uma exclusividade de Maria. 
E, se ser cheio do Espírito Santo não significa viver sem pecado, então ser cheio de graça também não significa ser sem pecado, a não ser que o Espírito Santo seja algo inferior à graça.

2º - Porque Deus não nos dá do Seu Espírito ou da Sua Graça de maneira limitada (Jo.3:34). 
Todos nós recebemos da plenitude de Deus (Jo.1:16), não apenas Maria. 

3º - Porque Paulo disse aos efésios que Deus "os encheu de graça" (Ef.2:6), e nem por isso eles viraram imaculados.

4º - Porque o mesmo verbo que aparece a Maria também aparece a Estêvão, na descrição bíblica de que este era "cheio de graça" (At.6:8). 
Mas isso não tornou Estêvão imaculado, nem antes e nem depois daquele acontecimento.

5º - Porque Paulo diz que todos nós somos abundantes em toda a graça (2Co.9:8). 
Se nós temos abundantemente toda a graça, então nós também somos "cheios de graça".

6º - Porque entre os apóstolos também havia "abundante graça" (At.4:33), e, embora a palavra grega muitas vezes represente algo transbordante (acima de "cheio"), isso não implica que os apóstolos eram imaculados ou sem pecado.

7º - Porque João nos diz que todos nós recebemos plenamente a graça de Deus (Jo.1:16). 
Portanto, todos nós somos gratia plena, e não Maria somente.

8º - Porque Paulo diz que a graça de Deus superabundou sobre nós (1Tm.4:14; Rm.5:20), e tendo em vista que "superabundar" é algo etimologicamente tão ou mais forte quanto estar "cheio", fica claro que nós também somos cheios da graça divina.

9º - Porque muitas traduções católicas seguem a maioria das versões evangélicas e também traduzem Lucas 1:28 por "agraciada" ou "muito favorecida" (incluindo a New Jerusalem Bible), e nem por isso os católicos dizem que essas traduções católicas da Bíblia são tendenciosas, criminosas ou anticatólicas.

10º - Porque, mesmo na ilusão de que só Maria fosse cheia de graça e mais ninguém, isso não implicaria que ela fosse imaculada, visto que ser cheio de graça não implica em não ter pecado, assim como ser cheio do Espírito Santo não implica em não pecar mais. Ou será que o Espírito Santo é incapaz de realizar algo que a graça sozinha faz?

Maria era cheia de graça. 
E os demais cristãos?
TAMBÉM.
Ninguém pode dizer que a graça em Maria foi maior do que em qualquer outro ser humano. Deus não calcula a "quantidade" de graça, 
ELE É SEMPRE GENEROSO E TOTAL EM SUA ENTREGA AMOROSA. 

Ele nos derramou "abundante graça" (At.4:33), 
"superabundante graça" (1Tm.4:14; Rm.5:20), 
"graça sobre graça" (Jo.1:16), 
"plenitude" (Jo.1:16), 
"toda a graça" (2Co.9:8), 
nos "encheu de toda a graça" (Ef.2:6) 
para sermos "cheios de graça" (At.6:8). 
Todas essas passagens não se aplicam somente a Maria, mas o texto bíblico se aplica a todos os cristãos (2Co.9:8; Ef.2:6), aos apóstolos (At.4:33), a Estêvão (At.6:8), e também a Maria (Lc.1:28). 

Os católicos costumam se apegar unicamente no texto que fala sobre Maria porque é o único que lhes interessa na formulação de suas falsas doutrinas e de seus dogmas heréticos. Mas que isso fique claro: até mesmo essa apegação única a Lucas 1:28 é uma interpretação tendenciosa, sem critério, desprovida de exegese e apelativa.

Seria mais fácil eles abandonarem seus "argumentos bíblicos" e admitirem que não os tem (como já fazem em outros assuntos), apelando somente para o seu bode expiatório chamado de "tradição oral", do que passarem vergonha tentando deturpar a Bíblia com interpretações forçadas que vão além daquilo que o texto bíblico diz.

Por Lucas Banzoli


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